Sem clube, goleiro Felipe desabafa: “me arrependo da forma como saí do Corinthians”

  • Por Jovem Pan
  • 28/07/2017 11h49 - Atualizado em 28/07/2017 12h11
Estadão Conteúdo Felipe foi rebaixado, mas ganhou os títulos da Série B, do Paulista e da Copa do Brasil com a camisa do Corinthians

“Eu tive uma carreira boa, pude jogar nas duas maiores equipes do País. Não me arrependo de ter saído do Corinthians, mas sim da forma como eu saí do Corinthians”. A declaração é de Felipe, goleiro de 33 anos campeão paulista, da Série B e da Copa do Brasil com a camisa alvinegra. Hoje sem clube, o experiente jogador, que tem mantido a forma física em uma escola de goleiros no Rio de Janeiro, concedeu entrevista exclusiva ao repórter Marcio Spimpolo, da Rádio Jovem Pan, e abriu o jogo: disse que ainda tem condições de atuar por uma grande equipe do futebol brasileiro e lamentou a tumultuada saída do Corinthians.

Tudo aconteceu em 2010. Depois de ter caído, subido e conquistado títulos com o clube paulista, Felipe entrou em rota de colisão com o então presidente alvinegro, Andrés Sanchez. O goleiro foi acusado de ter tentado forçar uma saída para o Genoa, da Itália, e bateu boca na imprensa com o mandatário. Consequência? Foi negociado com o Braga, de Portugal, e saiu de Parque São Jorge com a imagem arranha, pela porta dos fundos.

Quase sete anos depois, Felipe acredita que o fim dessa história poderia ter sido diferente.

“Pela história que eu tinha no clube, ter batido boca com o presidente em rede nacional ficou feio para mim. Se eu pudesse mudar alguma coisa, seria a forma como eu saí do Corinthians. Teve erros das duas partes, é claro, mas principalmente da minha… Eu era um funcionário do clube, então não poderia ter agido daquela maneira. Tudo poderia ter sido diferente”, desabafou o arqueiro, em entrevista exclusiva que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan.

NILTON FUKUDA/AGÊNCIA ESTADO/AE

Felipe ficou pouco tempo no futebol português – apenas quatro meses. Após passagem tímida pelo Braga, o goleiro voltou ao Brasil e foi jogar simplesmente no Flamengo, clube mais popular do País. Foram quase cinco anos na Gávea e mais três títulos conquistados: dois Campeonatos Cariocas e uma Copa do Brasil. A saída aconteceu em 2015, e, desde então, ele rodou por Figueirense e Bragantino antes de ir parar no Boavista, clube pelo qual atuou no primeiro semestre deste ano.

A experiência no modesto time carioca, no entanto, foi curta: encerrou-se com o fim do Campeonato Carioca, o que fez com que Felipe ficasse desempregado. Ele, agora, aproveita o tempo ocioso para manter a forma física no Clube Israelita da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O atleta faz parte do Projeto Muralha, comandado por dois ex-goleiros: Gabriel Vieira, ex-Botafogo e Fluminense, e Robertinho, que defendeu a Seleção Brasileira de futebol de areia. A intenção é “não enferrujar”, para aproveitar a primeira boa oportunidade que vier a aparecer.

“Estou mantendo a minha forma aqui no Rio. Apareceram algumas coisas para mim, mas nada que fosse bom no momento”, revelou Felipe. “Na situação em que estou, quero jogar, mostrar que ainda tenho condições. Então, não recusei por causa de salário… A competição é que não era boa. Se você vai para uma competição que o nível não é muito bom, que a equipe não vai te dar a projeção que você quer, pode ser até pior. Então, eu prefiro esperar um pouquinho… Tenho certeza de que daqui a pouco aparece alguma coisa”.

Bola, segundo Felipe, não lhe falta. “Eu sei da minha qualidade. Não adianta eu falar que sou melhor ou pior que um ou outro goleiro da Série A. O que eu posso dizer é que sei da minha qualidade. Tenho condição… Não é só nome”, avisou. “Hoje, a gente vê tantos goleiros que já passaram da casa dos 30 jogando no futebol brasileiro em alto nível… Prass, Jailson, Fábio, Victor, Jefferson, Diego Cavalieri… Isso me deixa ainda mais esperançoso. Ainda tenho bastante coisa para poder mostrar”, finalizou.

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