Tite evita euforia com 3 a 0, mas exalta atuação e ‘casca grossa’ contra críticas
Depois de a seleção brasileira encerrar um jejum de cinco jogos sem vitórias, o técnico Tite evitou exibir euforia com o placar de 3 a 0 conquistado diante da Coreia do Sul, nesta terça-feira, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes. Porém, exaltou a atuação da equipe nacional e também aproveitou o triunfo para lembrar que precisou ter “casca grossa” para saber absorver as críticas que vinha recebendo.
O comandante deixou claro que ainda está decepcionado pelo fato de o Brasil ter sido derrotado por 1 a 0 pela Argentina, na última sexta-feira, em Riad, na Arábia Saudita, onde a seleção completou cinco partidas sem vencer. Antes, acumulou empates com Colômbia, Senegal e Nigéria e ainda foi derrotado pelo Peru. Esta sequência ruim começou depois da conquista do título da Copa América, em julho, em solo brasileiro.
“Minha expectativa era de melhores resultados. De performance, alternada. A gente teve infelicidade de quando estava melhor. A gente estava dominando o jogo, tivemos duas ou três oportunidades de marcar contra a Argentina, não fizemos e tomamos. Jogo assim te massacra, foi duro”, afirmou Tite, em entrevista coletiva, na qual em seguida comentou sobre a necessidade de se manter forte e não deixar com que o seu abatimento com as derrotas anteriores transpareça e tenha impacto negativo para os seus comandados.
“Me incomoda em alto nível a gente não ter (um bom futebol). Eu falei que não estava satisfeito com o resultado, mas tem que ser duro, casca grossa. Se eu estou desequilibrado, não tenho a experiência que tenho, os garotos entram numa pressão desgraçada e não produzem”, enfatizou o treinador, que evitou qualificar o seu sentimento com o triunfo desta terça-feira como de alívio, ponderando que a instabilidade da seleção se deve também ao “processo de construção” da atual equipe.
“Não sei se é o termo (aliviado). Mas (o resultado) me deixa feliz, ainda mais com desempenho. Usaram o termo suficiente (para analisar o futebol jogado pela seleção brasileira para vencer), mas para mim é mais do que isso, é bom. Fizemos o terceiro gol trocando 48 passes. É pouco, foi uma vitória só, eu sei que é pouco, queríamos ter melhor resultado, mas (a equipe) vai se construindo”, completou.
A boa qualidade do gramado no Estádio Mohammed Bin Zayed também foi apontada por Tite e pelo ex-jogador Cesar Sampaio, seu auxiliar pontual nestes últimos amistosos da seleção, como um fator importante para o Brasil conseguir desenvolver um bom futebol nesta terça-feira. Em alguns dos últimos amistosos, como por exemplo na derrota por 1 a 0 para o Peru sofrida nos Estados Unidos, a condição do campo foi criticada por alguns atletas e pela comissão técnica da seleção.
“O que eu mais prejudica é a qualidade do gramado, em outros jogos você pode dizer que é o fuso horário (como por exemplo nas partidas contra Nigéria e Senegal em Cingapura). Eu lembro que tinha que tomar café toda a hora para elevar o meu nível de concentração. Mas o que mais prejudica é a qualidade do gramado. E quando tu entra no gramado como o de hoje, tu diz: ‘Pô, hoje o time vai jogar'”, disse Tite.
“Para você construir bem, você precisa de um bom gramado e uma boa condição de jogo. A gente não fica falando isso porque podem dizer que é ‘muleta’, desculpa, mas basta ver o futebol que o Coutinho jogou hoje, que é apenas um exemplo, mas que conseguiu desenvolver seu futebol com toda a leveza e habilidade que tem”, completou Sampaio.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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