Galo se expõe demais, sofre gol de contra-ataque e está fora da Libertadores
Com a força de quem é o atual campeão continental, o Atlético-MG foi para cima do Nacional de Medellín, mas fez isso em excesso e, graças a um gol de contra-ataque sofrido nos últimos minutos, ficou no empate em 1 a 1 na Arena Independência e foi eliminado da Taça Libertadores nas oitavas de final.
O Galo abriu o placar ainda na primeira metade do primeiro tempo, com chute certeiro de Fernandinho, e o placar de 1 a 0 a favor levava a decisão da última vaga nas quartas para os pênaltis. Contudo, a equipe mineira optou por pressionar para decidir o confronto ainda no tempo normal e acabou sendo castigada por Duque, que, impedido, deixou tudo igual aos 42 minutos da etapa final.
O técnico Levir Culpi, que teve apenas seis dias e uma partida contra o Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro, para preparar o time, fez alterações que tornaram o time mais ofensivo, o que acabou sendo um tiro pela culatra.
Ao Atlético, resta buscar os títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil e assistir ao rival Cruzeiro, única equipe do país ainda viva na Libertadores. O Nacional, por sua vez, encara o Defensor, do Uruguai, na próxima fase.
Em sua primeira partida pela competição sul-americana em 22 anos – levou o Criciúma às quartas de final em 1992 -, Levir Culpi teve dois desfalques, ambos nas laterais. Marcos Rocha foi substituído por Alex Silva na direita, e Dátolo deu lugar a Emerson Conceição na esquerda.
No Nacional, o técnico Juan Carlos Osório não pôde contar com o zagueiro Stefan Medina, o lateral-direito Elkin Calle, o volante Jairo Palomino e o meia-atacante Orlando Berrío, todos machucados. Além deles, os atacantes Juan Pablo Ángel e Fernando Uribe também ficaram na Colômbia, mas por opção técnica.
A partida começou com um susto na “massa”. Logo com um minuto no primeiro tempo, Valencia foi acionado na esquerda e mandou para a área. Cardenal não completou por pouco.
Embora tivesse mais a bola desde o começo, o Atlético tinha dificuldades para entrar na área adversária. Emerson então tentou de longe, aos nove minutos, mas encobriu a meta. Na sequência, aos 13, um lance mostrou que o “novo” Galo é aguerrido como o da última Libertadores, com Tardelli ganhando disputa dura na ponta direita, mas a bola acabou saindo.
A criação continuava não sendo o forte dos donos da casa, como vem acontecendo em 2014, mas na base da raça a equipe abriu o placar aos 20 minutos. Jô cruzou rasteiro da direita, e Tardelli acertou a trave. Emerson pegou o rebote e deixou com Fernandinho, que ajeitou para o pé direito e acertou uma bomba no canto esquerdo baixo, sem defesa para o goleiro Armani.
Na base da empolgação gerada pelo gol, o Atlético deu certo sufoco nos minutos seguintes. Na jogada mais perigosa, aos 23, Jô ajeitou no peito e Fernandinho carimbou a marcação. Na volta, Pierre cruzou da direita e o próprio Jô, de letra, errou o alvo.
Apesar da superioridade, o atual campeão esteve perto de sofrer o empate aos 33. Na única oportunidade real de gol do Nacional antes do intervalo, Valencia pegou de primeiro depois de confusão na área atleticana e bateu à esquerda da meta defendida por Victor, que nem se mexeu.
Com pouco tempo para muitas novidades, o Galo de Levir Culpi continuava tendo a bola parada como arma. Aos 39 minutos, Ronaldinho cobrou falta da meia direita e Leonardo Silva dividiu pelo alto com Armani, que levou a melhor e segurou.
A segunda etapa começou como terminou a primeira, com Armani segurando em tentativa surgida em cobrança de falta. Aos quatro minutos, Ronaldinho chutou e o goleiro já ia caindo pro lado errado, mas se recuperou e fez a defesa.
Num vacilo do lado esquerdo da zaga atleticana, o time visitante teve ótima oportunidade para empatar, mas os donos da casa contaram com a sorte e a incompetência do adversário. Valencia lançou da esquerda e Bocanegra apareceu por trás da zaga e de frente para Victor, mas errou na hora de concluir, aos oito minutos.
O Nacional não chegava a estar sufocado na defesa, mas a inoperância no ataque incomodou Juan Carlos Osório, que tirou o time do esquema com três zagueiros sacando Peralta para a entrada do atacante Duque. A troca deixou a partida mais “lá e cá”. Aos 21, Cardénas puxou contra-ataque e serviu Valencia, que cruzou forte. Otamendi tirou com um chutão e, sem querer, ligou o “contra-ataque do contra-ataque”, mas Ronaldinho errou passe para Alex Silva.
Aos 24, Jô desperdiçou chance que um centroavante da seleção não pode desperdiçar. Lançado por baixo na área, ele errou o domínio e ficou com pouco ângulo. A opção então foi chutar cruzado, mas ninguém apareceu para completar.
A resposta da equipe colombiana foi dada quatro minutos depois, e foi necessário que “São Victor” operasse um de seus milagres. Na bobeada da defesa, Cárdenas saiu na cara do camisa 1, que cresceu para cima do meia e deu um tapa para fora.
Pouco a pouco, a pressão do Atlético ia aumentando, e aos 33, houve lance polêmico. Jô arrancaria livre, mas foi puxado por Henríquez, que recebeu “apenas” cartão amarelo. Na cobrança da falta, Ronaldinho levantou e Jô desviou perigosamente por cima.
A partida então se tornou praticamente um ataque contra defesa, e o Galo desperdiçava as chances. Guilherme, aos 38, e R10, aos 39, chutaram de dentro da área, mas ambos não acertaram em cheio e pararam na defesa firme de Armani.
Arriscando muito nas investidas ofensivas, o time anfitrião se expôs muito e acabou sendo castigado em um contra-ataque fatal. Cardona acelerou pela esquerda e cruzou por baixo. Em impedimento, Duque completou de carrinho, empatou e selou a eliminação do detentor do título.
Não houve tempo para qualquer reação, já que o Galo sequer teve a bola no pé. O Nacional trocou passes no campo de ataque, esperou o apito final e pôde comemorar.
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