“Garimpeiro”, Wallid Ismail projeta Jungle Fight na tv aberta e fora do Brasil

  • Por Bruno Oliveira/Jovem Pan
  • 11/07/2014 15h11
  • BlueSky
Nathália Rodrigues/Jovem Pan Wallid Ismail na Jovem Pan

Do lutador de temperamento explosivo que foi um dos expoentes do jiu-jitsu nacional na década de 90, resta pouco em Wallid Ismail. Entre suas características mostradas dentro de tatames e ringues, talvez a mais efusiva que ainda permaneça seja a força de vontade. Aos 46 anos, o manauara, aposentado desde 2002, concentra suas atenções e empreende seu esforço no Jungle Fight, torneio de MMA (Artes Marciais Mistas, na tradução) criado por ele mesmo, em 2003.

Quer entrar na área VIP do Jungle Fight? Participe da promoção

Confira como foi a participação de Wallid Ismail no programa Pânico

Em entrevista exclusiva concedida ao Jovem Pan Online , nesta sexta-feira, o presidente e fundador do Jungle Fight mostrou empolgação com o futuro do torneio, que se consolidou como principal destaque deste esporte na América Latina. Desde 2003, já foram 70 edições realizadas, com participação dos renomados Lyoto Machida e Fabrício Werdum, logo na estreia do torneio, em 13 de setembro daquele ano. Em 2006, teve edição realizada na Eslovênia.

“Eu acho o Jungle Fight fundamental. Eu costumo dizer que faço o trabalho de garimpeiro. Vou nas academias e vejo quem são os melhores. E, entre os melhores, os que podem representar o Brasil vão para o UFC (Ultimate Fighting Championship). Eu faço um trabalho manual. E o UFC, que é a Copa do Mundo do nosso esporte, mostra esses lutadores”, afirmou.

Treinado pelo lendário Carlson Gracie, Wallid foi atleta profissional entre 1991 e 2002. Neste período, conquistou octacampeonato brasileiro de jiu-jitsu e competiu em grandes organizações, como Pride. Entretanto, o principal destaque em sua carreira foi triunfar sobre Ralf Gracie, Renzo Gracie e Royce Gracie, sendo apelidado como “Matador de Gracies”.

Atualmente, porém, Ismail deixou de lado suas rivalidades do período em que foi lutador e se consolidou como um dos principais dirigentes da modalidade no cenário brasileiro. E, caso suas pretensões sejam confirmadas, consolidará o Jungle Fight como segundo mairo torneio de MMA do planeta, atrás apenas do UFC.

Confira entrevista de Wallid Ismail ao Jovem Pan Online:

Qual a importância do Jungle Fight para o desenvolvimento do MMA no Brasil?

Eu acho o Jungle Fight fundamental. Eu costumo dizer que faço o trabalho de garimpeiro. Vou nas academias e vejo quem são os melhores. E, entre os melhores, os que podem representar o Brasil vão para o UFC. Eu faço um trabalho manual. E o UFC, que é a Copa do Mundo do nosso esporte, mostra esses lutadores.

O UFC não tem muitos lutadores latinos, apenas brasileiros e mexicanos costumam se destacar. Já o Jungle tem competidores de diversos países, até mesmo da Bolívia. Qual o motivo dessa diferença?

Eu vou botando e testando os caras. Eu vejo quem são os guerreiros. Quando você assiste o Jungle Fight, você vê que os caras entram com alma. Eles querem dar uma vida melhor para família. Três ou quatro mexicanos saíram do Jungle e foram para o UFC.

Por que os outros países da América Latina não produzem lutadores de destaque?

O Peru tem, o México está crescendo e o Chile está começando. É um esporte muito novo, mas será o melhor do mundo.

A transmissão do Jungle Fight em rede de televisão aberta é o passo definitivo para o reconhecimento do torneio? Indo para tv aberta, seremos líderes de audiência. Independentemente da emissora. A parceria com a Rádio Jovem Pan será incrível, histórica. Eu gosto que o Tutinha (Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, presidente da Jovem Pan) é um guerreiro, muito determinado. Não tem liderança sem estresse e vitória sem muito trabalho. Iremos fazer história.

Há alguma intenção de competir com UFC?

O UFC é meu parceiro, continuarei trabalhando com eles. A intenção é divulgar o esporte. Quem assiste MMA se apaixona. Os guerreiros lutam com amor, raça e determinação.

O Jungle é o maior evento de MMA da América Latina. Pretende realizar edições em outros países?

Eu estou negociando isso, mas ainda não posso falar em datas.

*No próximo dia 19 de julho, ocorre em São Paulo, no Ginásio do Canindé, a partir das 20h30 (de Brasília), a 71ª edição do Jungle Fight. As principais lutas são entre Renato Moicano e Ismael “Marreta” Bonfim, válida pelo cinturão interino até 66kg, e entre Itamar Rosa e Elizeu Capoeira, em disputa pelo cinturão até 77kg.

 

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.