Giba comenta livro sobre sua carreira e diz: “nós atletas somos pessoas normais”

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2015 14h19
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Facebook/Reprodução Giba lamentou aposentadoria de Elisângela e pediu o fim do ranking da CBV

A carreira de Giba no vôlei é mais do que vitoriosa – são títulos e mais títulos de Liga Mundial, Copa do Mundo, Olimpíadas, Pan-Americano etc. No entanto, o ponteiro também colecionou episódios polêmicos, de grande repercussão, durante sua passagem pelas quadras. Para esclarecer esses episódios, o agora aposentado ídolo da Seleção Brasileira lançou um livro chamado “Giba neles”, no qual aborda temas espinhosos de maneira aberta. Em entrevista ao repórter Fredy Junior, da Rádio Jovem Pan, Giba comentou algumas passagens do livro.

“São 27 anos de voleibol, 20 anos só de Seleção, é uma história de vida na verdade. Eu pensei muito em conversar com as pessoas e mostrar um pouco que, por mais que vejam na gente um espelho, nós somos pessoas normais, temos problemas, passamos por dificuldades, isso que eu tentei mostrar no livro”, disse o ex-atleta e agora comentarista de vôlei. “São 11 capítulos. Falam do doping, da leucemia, do acidente no braço… Não é só uma história de um jogador, mas uma história de vida, como eu fiz pra chegar onde eu cheguei”.

Um dos episódios abordados no livro diz respeito à partida entre Brasil e Bulgária na Liga Mundial de 2010. O time de Bernardinho foi acusado de perder de forma proposital, pois teria adversários mais fáceis na fase seguinte em caso de vitória. No fim das contas, a Seleção perdeu por 3 sets a 0, mas sagrou-se campeã ao fim do torneio. Giba minimizou as críticas sofridas pela equipe desde aquela época.

“Poupar jogadores, com Marlon no hospital, o Bruninho com gripe, a gente exausto dentro de um campeonato mundial, que não é fácil, é normal. As pessoas acabaram procurando alguma coisa que não precisava, e esqueceram dos outros, Rússia, Cuba, Itália. A gente acabou sendo alvo porque nós éramos campeões, e ninguém achava que nós poderíamos poupar jogadores, achavam que tínhamos de ganhar sempre. Não é assim que funciona”, afirmou. Para ele, em alguns momentos eram criados problemas inexistentes na Seleção.

“Até porque o Brasil, na verdade, não era mais notícia ganhando, então eles tinham de buscar alguma coisa. Tinham que buscar algo para falar ‘O Brasil ganhou, mas aconteceu tal coisa’. Houve muitas especulações para querer arrumar problemas, mas a família que se foi criada foi muito boa, muito honesta com todo mundo. O que estou contando hoje nada mais é o que aconteceu, mas de um modo completamente suave, tranquilo, e mostrando que realmente a gente deve colocar para cima aquela geração, e não ficar procurando pelo em ovo”, pregou.

Em 2003, Giba foi pego no antidoping por ter fumado maconha. Para ele, o episódio foi um aprendizado. “Teve, com certeza, um amadurecimento muito grande, até porque foi ali que eu comecei a me tornar o melhor jogador do mundo. Em 2003 aconteceu o doping, e logo depois eu me tornei o melhor do mundo, em 2004, e todos os campeonatos que eu joguei com a Seleção eu ganhei. Eu fico muito lisonjeado por esse tropeço. Por quê? Porque as pessoas acham que somos heróis, que não temos problemas, mas nós temos problemas, somos pessoas normais que passam por coisas que todas as pessoas passam no cotidiano. Foi um problema pelo qual eu passei e, graças a Deus, eu encarei e resolvi da melhor forma possível”, concluiu Giba.

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