Gilmar Rinaldi quer aproveitar “dor” pós-goleada e vê “comportamento incontestável” de Dunga
Gilmar Rinaldi foi goleiro de São Paulo
Gilmar Rinaldi apresentado na CBFHá males que vem para o bem, é o que acredita Gilmar Rinaldi, coordenador geral de seleções da CBF. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o ex-goleiro disse que a Seleção Brasileira precisa “aproveitar a dor e a dificuldade” pós-goleada histórica para se reerguer no futebol mundial. Companheiro de Dunga no Mundial de 94, o dirigente afirmou que o técnico gaúcho não precisa ser blindado e que seu comportamento é “inconstestável”. Sobre nomes, Rinaldi se esquivou, mas garantiu que não há ninguém descartado e ninguém garantido, ele quer que os atletas voltem a ter “frio na barriga” no dia da divulgação das convocações.
Depois da vexatória eliminação brasileira no Mundial de 2014, muitos críticos decretaram a falência do futebol brasileiro. Rinaldi discorda e relembra reviravoltas do passado. “Após a Copa de 90, houve muitos problemas e muitas críticas, mas o torneio preparou muito os jogadores para 94 [quando o país conquistou o tetracampeonato]. Esse é o momento de aproveitar a dor e a dificuldade que os jogadores passaram porque os jogadores estarão mais cascudos, como costumamos falar no futebol, para que na próxima Copa tenhamos um discernimento maior de como se disputa essa competição”, disse o ex-goleiro, que admitiu que buscará ajuda e conselhos de amigos próximos para se preparar para o cargo.
Ele voltou a ressaltar que, a partir de agora, as individualidades ficaram em segundo plano na Seleção Brasileira. “O grande trabalho que nós temos agora é mudar a parte de filosofia. Focar muito na parte coletivo, deixar claro que não existe ninguém maior que a Seleção Brasileira”. A primeira convocação de Dunga deve ser no dia 19 de agosto, para os amistoso diante da Colômbia e do Equador, em setembro, que serão disputados nos EUA.
Sobre a rejeição popular à Dunga, Rinaldi não se mostrou preocupado e aposta na solidez de caráter do agora treinador gaúcho. “O Dunga não precisa ser blindado. O trabalho dele pode ser constestado, como o de qualquer outro, mas ele tem uma coisa que é incontestável, que é seu comportamento. Ser treinador da Seleção Brasileira é complicado, mas o resultado será uma consequência do nosso trabalho. Teremos muitas alegrias”, projetou o coordenador.
Rinaldi não adiantou se muitos nomes mudarão em relação ao grupo de convocados por Felipão. “Isso é o Dunga que vai dizer. Não tem ninguém vetado e ninguém como preferência. Quero voltar a fazer com que os jogadores voltem a sentir o que eu e o Dunga sentíamos: frio na barriga antes da convocação”, finalizou.
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