Gobbi detona dupla Gre-Nal e critica postura do STJD: “ditador e nojento”

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2014 13h50
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Adriano Alves / Jovem Pan Mario Gobbi fala sobre futuro do Corinthians no Esporte em Discussão

Mario Gobbi só deixará o cargo de presidente do Corinthians ao final do mês de janeiro de 2015 e até lá ainda haverá muitas questões a se resolver. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o mandatário corintiano denotou Internacional e Grêmio por envolvimento no “Caso Petros” e garantiu que o São Paulo não definirá o preço de uma possível compra de Alexandre Pato no início do ano que vem. Além disso, o presidente voltou a sinalizar a saída de Mano Menezes ao final de 2014 e voltou a criticar duramente as punições dadas ao clube pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva.

Na última segunda-feira (27), o Corinthians foi absolvido por uma suposta escalação irregular do volante Petros, que poderia render a perda de quatro pontos ao clube paulista. “Estou feliz porque se fez justiça e quando isso ocorre, por incrível que pareça, nós temos que ficar feliz. Para você ver como nós vivemos uma situação anômala”, disse o presidente corintiana.

O presidente corintiano criticou a dupla Internacional e Grêmio por se mostrarem interessados em uma eventual punição ao Corinthians, já que os dois times brigam por vaga no G-4 com o Timão. “Acho que eles erraram e pensaram pequeno. Nunca fui à CBF ver se jogador deste ou daquele está inscrito corretamente. Acho isso ridículo, uma demonstração de fraqueza de quem faz isso, é algo de quem não confia no seu time e no seu técnico. Futebol tem que ser vencido no campo e não ficar vendo se o documento tem uma vírgula aqui ou lá. Lamento que dois grandes do futebol brasileiro, campeões do mundo, tenham se submetido a uma situação dessas. Jamais irei à CBF ou a qualquer ordem para saber se algum clube errou administrativamente em alguma coisa”, criticou Gobbi.

Problemas com torcedores

Em 2013, o Corinthians teve muitos problemas com o comportamento violento de seus torcedores. Além da morte do jovem boliviano Kevin Espada, corintianos e vascaínos protagonizaram cenas de violência em partida realizada no Mané Garrincha, em Brasília. Neste ano, os fatos vêm se repetindo. No último clássico entre Corinthians e São Paulo, disputado na Arena de Itaquera, duas organizadas alvinegras brigaram entre si e renderam a perda de um mando de campo ao time, além de multa de 50 mil reais.

O presidente corintiano condenou a prática de punir os clubes por atos violentos de seus torcedores. “Isso é algo ditador, nojento, pequeno e que mostra a falência do poder em manter a ordem pública. Você quer fazer isso às custas dos clubes? Isso não é função dos clubes, eu vou dizer isso até o final do meu mandato. Isto é função de Secretaria de Segurança Pública, do aparelho estatal. Não é função de clubes de futebol manter a ordem no estádio. Isso não é algo que eu penso apenas, isso está na Constituição Federal. É uma inversão de valores”, esbravejou.

Sobre as organizadas, o presidente justificou a retirada das cadeiras de um dos setores da Arena Corinthians. “Aquele setor só posso vender para as organizadas. Todas elas pediram para retirar as cadeiras porque levam instrumentos, cantam e assistem aos jogos em pé. Se só eles podem acessar aquela área e querem a retirada, por que não retirar? O Grêmio fez o mesmo em sua Arena. Acho que isso acomoda uma situação”, explicou.

Alexandre Pato

Antes de deixar o cargo, Gobbi terá de lidar com a polêmica questão da compra definitiva de Alexandre Pato pelo São Paulo. Emprestado no início de 2014 ao rival, a diretoria Tricolor espera poder adquirir os direitos do atacante, mas o mandatário corintiano avisou que é o alvinegro que definirá o preço do negócio. “Carlos Miguel [Aidar, presidente do São Paulo] é meu amigo, seria uma honra vender o Pato ao São Paulo e isso é bastante simples. Basta depositar 15 milhões de euros e levar o jogador. Caso o contrário, o jogador tem que se reapresentar ao Corinthians em janeiro de 2016”.

Completado um ano de empréstimo, o Corinthians já pode aceitar propostas de até 10 milhões de euros pelo atacante, que é constantemente vinculado a clubes europeus. Contudo, Gobbi alertou que não haverá leilão pelo atleta. “Quem quer comprar o Pato, seja quem for, pode depositar o valor e levar. O Pato custa o preço que o Corinthians quer, o jogador é do Corinthians e ninguém definirá o valor dele”, cravou.

Iminente saída de Mano Menezes 

Depois de cair para o Atlético-MG nas quartas de final da Copa do Brasil, o técnico Mano Menezes balançou no cargo e chegou a ter sua saída dada como certa. Questionado sobre quem assumiria no lugar do gaúcho, que não deve renovar contrato, Gobbi nem fez questão de desmentir a saída do treinador. “Assume, por 30 dias, a equipe técnica formada por Edu Gaspar, Alessandro, Fabio Carrile, Sylvinho, entre outros. Em fevereiro, o novo presidente assumirá e definirá a comissão técnica”.

Mesmo correndo o risco de ser comandado por um interino em janeiro, Gobbi garantiu que a diretoria vem trabalhando intensamente de olho na próxima temporada. “O planejamento de 2015 está absolutamente montado e pronto. A equipe técnica do Corinthians tem um acervo de nomes para cada posição do campo. De modo que há um trabalho constate de observação para saber quem devemos trazer”, afirmou em relação a possíveis reforços.

 

 

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