GP do Brasil dá prejuízo de R$ 98 mi e pode influenciar futuro da corrida na F-1

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/11/2016 09h25
SA011. SAO PAULO (BRASIL), 11/11/2016.- El piloto alemán Sebastian Vettel, de la escudería Ferrari, participa hoy, viernes 11 de noviembre de 2016, en la segunda práctica libre en el autódromo de Interlagos como preparación para el Gran Premio de Fórmula Uno de Brasil que se celebrará el próximo 13 de noviembre en la ciudad de Sao Paulo (Brasil). EFE/ SEBASTIÃO MOREIRA EFE/Sebastião Moreira Sebastian Vettel

O GP do Brasil de Fórmula 1 não passou imune à crise econômica. Em sua 45.ª edição, a corrida perdeu importantes patrocinadores e deve apresentar prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 98 milhões) neste ano. A maior baixa foi a Petrobras, que até batizava o GP. A estatal sofre com duras perdas econômicas em meio às investigações da Operação Lava Jato. A etapa brasileira também ficou sem o apoio da Shell.

“Neste ano certamente não vamos conseguir fechar as contas”, revelou Tamas Rohonyi, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo. “Deve dar um prejuízo de US$ 30 milhões”. Sem revelar detalhes sobre as finanças do GP, ele atribui o pesado déficit às perdas dos patrocínios da Petrobras e da Shell. A estatal petroleira vive momento ruim e fechou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo de R$ 16,4 bilhões. O resultado negativo é o terceiro maior da história da empresa.

Os números do GP do Brasil, no entanto, não causam preocupação imediata ao promotor da prova. Pelo acordo que tem com a Formula One Management (FOM), esta perda é saldada pela empresa que administra a F-1. “O contrato que temos com ela é que, se não conseguirmos fechar as contas, a empresa paga. É o contrato que temos atualmente. Claro que isso incomoda a FOM, mas esta é uma decisão estratégica dela”.

Tamas admite não saber por quanto tempo a FOM sustentaria o prejuízo do GP do Brasil, caso as baixas se estendam por mais anos. “Talvez aguente um ano, dois anos. Em 2017, o ‘buraco’ deve ser de US$ 3 ou US$ 5 milhões, o que obviamente não vai fazer muita diferença na vida da FOM. Agora, US$ 30 milhões dói, né?”, disse.

Se não preocupa a curto prazo, a perda do patrocínio pode virar um problema no futuro, caso os prejuízos se acumulem. Tanto que a saída da Petrobras foi tema de conversa entre Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, e o presidente Michel Temer em encontro realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, na última quarta-feira.

Os dois conversaram por cerca de 30 minutos. Foi o primeiro encontro de Ecclestone com Temer. O dirigente da Fórmula 1 tem relações antigas com o Brasil ao estar presente em todos os GPs, além de ser casado com uma brasileira e cultivar café em fazenda na cidade de Amparo, no interior de São Paulo.

“O presidente reafirmou que o GP do Brasil é importante para o País”, disse o promotor da corrida em Interlagos sobre o encontro. “Ele disse que estamos atravessando fase econômica muito difícil, que perdeu o patrocínio, o que tem consequências sérias para o empreendimento”, contou Tamás.

Momento ruim

No lado esportivo, o automobilismo brasileiro vive o maior jejum de vitórias da história da categoria. O último triunfo foi em 13 de setembro de 2009, com Rubens Barrichello no GP da Itália, em Monza, pela Brawn GP. O País não tem representantes confirmados no próximo ano, já que Felipe Massa vai deixar a categoria e Felipe Nasr ainda busca acerto com alguma escuderia.

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