GP do Brasil: dobradinha com “profecia” e a obsessão de Senna: relembre corridas
Correr em casa, em uma pista conhecida e com apoio da torcida é algo que agrada todos os pilotos. Vencer, então, é o ápice.
No Grande Prêmio do Brasil, apenas cinco brasileiros conseguiram comemorar a vitória em solo verde e amarelo.
Felipe Massa, que venceu em 2006 e 2008, tem neste domingo sua última oportunidade, já que se despede da Fórmula 1 após o GP de Abu Dhabi, em 27 de novembro.
Antes dele, Nelson Fittipaldi (1973 e 1974) e José Carlos Pace (1975) também venceram as provas no Autódromo de Interlagos.
Mas para celebrar o 45º GP do Brasil, a Jovem Pan Online relembra duas vitórias quem ficaram marcadas no imaginário dos fãs do automobilismo: Nelson Piquet em 1986 e Ayrton Senna em 1991.
Dobradinha histórica
Piquet já havia conquistado o GP do Brasil em 1983, mas é a vitória de 1986 que fica na memória do fã da F1. Ainda disputada no Rio de Janeiro, a prova daquele ano protagonizou a segunda dobradinha de brasileiros no pódio: Nelson Piquet em primeiro e Ayrton Senna em segundo. Piquet já era bicampeão mundial e terminaria em 3º na temporada, enquanto estava em seu segundo ano na Lotus e encerrou o ano em 4º. Rivais históricos, Senna e Piquet levantaram juntos a bandeira do Brasil no pódio carioca.
Para Nilson César essa prova tem um sabor ainda mais especial: foi a primeira corrida narrada por ele com os microfones da Jovem Pan. Além da estreia, Nilson conta que ele “cantou” o resultado da corrida um dia antes para o Jornal Nacional, da Rede Globo:
“O repórter estava fazendo uma matéria na sala de imprensa, perguntando aos jornalistas quem ia ganhar no dia seguinte e me perguntaram ‘como você narraria a última volta? ’, isso no sábado, antes da prova. Aí eu disse que narraria mais ou menos assim: ‘vem Senna, Piquet, Senna, Piquet, pouco importa, o que importa é a dobradinha brasileira’ e o Cid Moreira fechou com ‘boa noite’ em seguida”, relembra o narrador da Pan. Profecia?
A primeira da lenda
O GP do Brasil de 1991 marca a primeira vitória de Senna em seu país. A conquista era uma obsessão do brasileiro, que só foi alcançada com muito esforço físico e psicológico. Apesar de vencer a corrida de ponta a ponta, Senna teve de superar seu próprio carro – que perdeu quase todas as marchas.
O esforço ao fim da prova foi tão grande que Ayrton não teve forças para sair do carro e comemorar aquela que, além de ser sua primeira vitória no Brasil, era a segunda vitória na temporada que renderia seu terceiro título mundial. Nilson César lembra que o topo do pódio em Interlagos era uma obsessão do piloto, e que apenas ele seria capaz de encerrar a corrida daquela maneira:
“Ayrton tinha dois grandes objetivos na vida: em 1988 ele queria ganhar o título mundial lá no Japão de todo o jeito e ele conseguiu. E aí ficou com uma meta que virou uma verdadeira obsessão: ganhar a corrida no Brasil, que ele nunca tinha ganhado até então. E aquela corrida foi fenomenal”.
Com uma única marcha, Senna lutou em cada curva e garantiu sua primeira vitória em solo brasileiro, algo que emocionou o narrador da Jovem Pan. “Eu me lembro que o mesmo brilho nos olhos que ele teve no título de 1988 eu senti em 1991 em Interlagos, porque foi o outro grande objetivo de vida conquistado pelo Ayrton”, relata Nilson César.
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