Gremista admite uso da palavra “macaco”, mas nega intenção de ofender Aranha

  • Por Jovem Pan
  • 04/09/2014 12h15
PORTO ALEGRE,RS,04.09.2014:CASO-ARANHA - Flagrada gritando a palavra macaco para o goleiro Aranha na partida Grêmio x Santos, a torcedora Patricia Moreira chega à 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre (RS), para prestar depoimento na manhã desta quinta-feira (4). O esquema especial de segurança, com viaturas a policiais do GOE, foi montado para proteger a integridade física da torcedora, que sofreu ameaças após o episódio na Arena. (Foto: André Antunes/Futura Press/Folhapress) Folhapress Gremista chega à delegacia debaixo de protestos

Patricia Moreira, gremista flagrada pelas camêras de televisão chamando o goleiro Aranha de “macaco”, não negou ter usado o termo, mas garantiu que não tinha intenção alguma de ofender nenhum dos jogadores santistas. Em depoimento concedido à polícia nesta quinta-feira (04), a torcedora afirmou que não havia um alvo específico para o insulto e que apenas “entrou na onda” de outros torcedores que utilizavam os mesmos termos para agredir verbalmente os jogadores adversários. 

A imagem da torcedora ficou muito famosa depois da partida, gerando muita revolta nas redes sociais. Patricia garante que não quis insultar o goleiro Aranha e nenhum outro atleta especificamente.  “Ela disse ter ido no embalo da torcida. De acordo com ela, não havia intenção de ofender ninguém”, afirmou o delegado Cleber Ferreira. De acordo com ele, a gremista ressaltou que o termo “macaco” é comum em cantos de torcidas de Grêmio e Internacional e que, no seu caso, não tinham cunho racista. 

De acordo com o delegado, Patricia pode ser enquadrada no crime de injúria racial, que pode render de 1 a 3 anos de reclusão à gaúcha. “Não adianta ela dizer que não quis ofender. Se o delegado responsável pelo caso se convencer por outras provas, ele pode indiciá-la tranquilamente”, explicou. O crime de injúria é mais leve que o de racismo, já que é prescritível e afiançável. Na chegada à delegacia, a gremista foi alvo de muitas ofensas e protestos. 

Segundo Ferreira, apesar da alta exposição, a torcedora não será a única a depor sobre o caso. Ainda em seu depoimento, Patricia não apontou outros envolvidos e confirmou ter sofrido diversas ameaçadas depois do episódio.

Devido às injúrias de seus torcedores, o Grêmio foi julgado e punido com a exclusão da Copa do Brasil pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva [STJD]. O clube gaúcho ainda irá recorre da decisão. 

 

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