Gremista que ofendeu Aranha se emociona: “peço perdão de coração”

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2014 13h48
***EMBARGADA PARA JORNAIS DO RS E SC*** PORTO ALEGRE, RS - 05.09.2014: FUTEBOL-RACISMO - Oito dias após simbolizar os atos ofensivos de torcedores do Grêmio contra o goleiro Aranha, do Santos, Patrícia Moreira se pronunciou sobre o caso em uma entrevista coletiva em Porto Alegre. Nesta sexta-feira, em meio a lágrimas, a jovem de 23 anos afirmou que não se considera racista e pediu desculpas pela participação no caso. "Boa tarde. Eu queria muito pedir desculpas ao goleiro Aranha. Desculpas mesmo", afirmou. "Perdão, de coração. Eu não sou racista", acrescentou a jovem gaúcha. (Foto: Jefferson Botega/Ag. RBS/Folhapress) Folhapress Patricia Moreira concede entrevista coletiva em Porto Alegre

Depois de conceder depoimento à Polícia, a gremista Patrícia Moreira convocou a imprensa para pedir desculpas ao goleiro Aranha e à torcida do Grêmio pelo uso do termo “macaco” e pela exclusão do time da Copa do Brasil, respectivamente. Essa foi a primeira declaração pública da torcedora após o episódio que aconteceu na partida entre Grêmio e Santos, no dia 28 de agosto, em Porto Alegre.

“Boa tarde, eu quero pedir desculpas para o goleiro Aranha desculpa mesmo, perdão de coração. Não sou racista. Aquela palavra macaco não foi racismo da minha parte. Não teve intenção racista. Foi no calor do jogo, o Grêmio tava perdendo. O Grêmio é minha paixão. Minha paixão mesmo. Eu vivi sempre indo ao jogo do Grêmio. Sempre. Largava tudo pra ir no jogo do Grêmio. Peço desculpas pro Grêmio pra nação tricolor não queria nunca prejudicar o Grêmio. Eu amo o Grêmio. Desculpas para o Aranha. Perdão perdão perdão mesmo”, disse Patrícia em tom choroso. 

Depois da fala de Patrícia, foi o advogado da gremista que assumiu a coletiva para defender sua cliente. “Essa manifestação da Pratícia não tem o objetivo de reafazer a imagem dela, tão somente mostrar o arrependimento dela e o reconhecimento do erro cometido”, explicou. 

Ele evitou prever uma provável pena para sua cliente. “Precisamos aguardar a conclusão do inquerito. Ela ainda não foi indiciada, ela prestou um depoimento à Polícia Civil e vamos aguardar a conclusão do inquérito. Não podemos falar de pena, uma vez que ela sequer foi indiciada até o momento”, afirmou. 

Segundo o advogado, a gremista provará naturalmente que não é preconceituosa. “A Patrícia vai provar que a exposição dela de forma verdade. Vocês viram quem ela é. Ela tem se mostrado muito abalada com a situação, ela perdeu todo o contexto da vida dela. Se a Patricia for simpesmente ela, ficará comprovado que não houve racismo por parte dela”. 

Questionado sobre o uso do termo “macaco” por parte da gremista, o advogado fez questão de ressaltar o contexto do ambiente de um estádio de futebol. “Macaco no contexto dentro do jogo de futebol ele não se tornou racista. Isso é um xingamento dentro do futebol, como inúmeras expressões dentro do esporte. A mãe dos árbitros, historicamente, vem sofrendo com isso”. 

Ele confirmou também que a jovem de 23 anos vinha sofrendo diversas ameaças antes de abandonar sua casa. “Ela já sofreu ameaças e só não vem sofrendo mais porque ela saiu de redes sociais, saiu da casa dela. Ela perdeu a vida dela e não está sofrendo mais porque não está sendo localizada”, finalizou. 

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