Gringo faz sucesso jogando futebol americano no Brasil e destaca popularização do esporte
Casey Frost, mais conhecido como KC Frost, é um jogador de futebol americano que pratica o esporte em um país onde está longe de ser o mais popular: o Brasil. Desde que veio dos Estados Unidos, onde nasceu, KC disputa torneios por times locais. O primeiro deles foi o Corinthians. Agora no Flamengo FA e disputando o campeonato nacional chamado Touchdown, o quarterback fala sobre a experiência de jogar em terras brasileiras e conta como chegou a nossas terras.
“Sendo bem sincero, eu nem sabia que tinha futebol americano no Brasil quando vim pra cá (risos). Todo mundo acha que fui chamado pra vir jogar aqui recebendo milhões, mas não é essa a história. Comecei a namorar uma brasileira e durante a Copa de 2010 decidimos mudar para São Paulo. A gente pretendia ficar alguns meses, e agora faz cinco anos que estou no Brasil”, contou o jogador em entrevista ao repórter André Ranieri, da Rádio Jovem Pan.
Na verdade, foi KC quem correu atrás de um clube brasileiro. “Um primo da minha namorada ficou sabendo que eu jogava nos Estados Unidos e ele mandou alguns e-mails para três times de São Paulo. O único que respondeu foi o Corinthians. Fui lá, fiz um teste e me deixaram entrar no time. Aos poucos fui aprendendo a língua e a cultura e juntamos essa história”, disse KC, que jogava pelo time de sua universidade e não tinha pretensões de jogar a NFL, a famosa e rica liga americana.
“O número de jogadores que vai para a NFL é minúsculo, são poucos que têm a oportunidade de chegar nesse nível. Eu fui estudar em uma faculdade que foca mais no lado acadêmico. Entrando na faculdade eu já sabia que as minhas chances eram mínimas”, afirmou. Uma lesão deixou tudo mais difícil. “No último ano da faculdade, rompi todos os ligamentos do meu tornozelo jogando basquete. Nem fui ao médico, não sabia que isso tinha acontecido. Joguei três semanas sem recuperar. Depois disso, qualquer chance (de chegar à NFL), mesmo sendo mínima, foi embora”.
Para KC, a diferença fundamental entre o futebol americano do Brasil e dos EUA é cultural. “Todo mundo sempre me pergunta se tem jogador brasileiro que consegue jogar nos Estados Unidos. A diferença principal é que eu estou jogando futebol americano desde os nove anos, e a gente começa a malhar forte com 15 anos. Quando eu estava no Corinthians, havia gente que começava a jogar com 40 anos. É bem diferente o entendimento, a afinidade com o esporte é outra. A gente começa vivendo o futebol americano nos Estados Unidos como aqui no Brasil começa vivendo o futebol, e isso faz uma grande diferença”, analisou o americano.
Apesar disso, ele tem se surpreendido com a popularização do esporte por aqui. “Todos me perguntavam se eu jogava rugby, achavam que era a mesma coisa, mas hoje em dia nem fazem mais esta pergunta. Parece que a cada três meses surgem mais times amadores. Quando eu cheguei aqui era muito difícil assistir aos jogos da NFL, agora é mais fácil. Isso com certeza vai ter uma correlação boa com o crescimento do esporte no Brasil”, prevê Frost, que ainda não consegue viver apenas do esporte.
“Eu, pessoalmente, estou no escritório agora fazendo meu trabalho da semana (risos). Não vivo disso, mas conheço americanos que vêm para cá pra jogar e vivem disso. Eu trabalho com marketing esportivo, especificamente com patrocinadores de eventos esportivos”, disse o atleta do Flamengo.
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