Grupo de torcedores chilenos dorme na praia de Copacabana há 12 dias

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2014 19h31
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Javier Roibás Veiga.

Rio de Janeiro, 25 jun (EFE).- Um grupo de 15 torcedores chilenos que chegou ao Brasil para apoiar sua seleção na Copa do Mundo acampa há 12 dias na praia de Copacabana para poupar o elevado preço com hospedagem e gasta o mínimo para comer e festejar.

Em cima de uma “montanha” de mochilas e à sombra de um coqueiro, Cristóbal Vielma descansava placidamente. Este estudante universitário de 21 anos chegou ao Rio de Janeiro há oito dias e, desde então, dorme na praia com o resto do grupo.

“Com uma boa maré se pode chegar a qualquer lado”, afirmou à Agência Efe um sorridente Cristóbal, que tem aproveitado “ao máximo” sua primeira viagem sozinho e na qual está sentindo a “amabilidade brasileira”.

Para viver esta aventura, o jovem deixou de lado suas obrigações universitárias em Santiago, onde estuda ecoturismo, e desde março se dedicou a trabalhar para juntar dinheiro para a viagem.

Os planos não saíram segundo o que ele planejava, e faltando poucos dias para a decolagem de seu voo, tinha pouco dinheiro para a viagem.

“Alguns dias antes de vir ao Brasil consegui vender um teclado, e isso tornou possível estar hoje aqui”, declarou o jovem, que para custear as despesas de alimentação tem vendido cerveja nos arredores do complexo montado pela Fifa em Copacabana para os torcedores durante as partidas.

“No Fan Fest a cerveja pequena custa seis reais, eu vendo a grande por cinco”, disse.

Sem pagar por hospedagem, usando as duchas da praia para tomar banho e usando os banheiros dispostos na orla de Copacabana para fazer suas necessidades, as despesas deste jovem são baixas. “Não gasto mais do que R$ 20 por dia no máximo”, assegurou à Efe.

Outro dos integrantes deste grupo particular de torcedores é Ricardo Chamorro, um homem de 40 anos que foi de Santiago até o Brasil com sua filha de 19 anos e seu filho de 11 para torcer pela “Roja”.

Este torcedor chileno não está dormindo na praia por necessidade. “Poderíamos nos ficar em outro lugar, apesar de ser caro, mas preferimos isso”, disse Ricardo, que assegura que esta “aventura” também será muito enriquecedora para seus filhos, os quais também deixaram de lado seus estudos durante um mês para ver a Copa.

A alimentação deste grupo se baseia em salgandinhos, de presunto e queijo, frango, ou qualquer outro tipo de recheio supérfluo, cujo preço é baixo.

A polícia não impede que estes 15 chilenos durmam na praia em seus sacos de dormir, mas não lhes deixa montar barracas, algo que parece não importar para eles devido ao calor em pleno inverno carioca.

O grupo foi formado através do boca a boca e, a exceção da família Chamorro, ninguém se conhecia anteriormente. A convivência entre eles é “excelente” e fazem turnos para vigiar seus pertences e para vender cerveja aos torcedores nos dias de jogo.

Depois da derrota do Chile para a Holanda na última rodada do Grupo B do Mundial, o time treinado por Jorge Sampaoli jogará contra o Brasil nas oitavas de final no próximo dia 28 de junho em Belo Horizonte, o que não assusta este grupo de torcedores.

“O Brasil é puro Neymar, e no Chile se sobressai a equipe antes das individualidades. Não temos medo, se jogarmos bem passaremos”, opinou Cristóbal Vielma.

Além do futebol, do calor, da cerveja e da praia, estes torcedores chilenos também desfrutam de outros atrativos da cidade: “As brasileiras são muito bonitas”, afirmou Ricardo.

A torcida chilena está fazendo a festa com sua equipe no Brasil, com milhares de torcedores enchendo de músicas e de vermelho os estádios e com outras histórias peculiares, como a de Cristian Guerra, que andou 4.000 quilômetros de bicicleta para torcer para a seleção chilena. EFE

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