Há dez anos, o Grêmio vencia a morte na Batalha dos Aflitos e provava ser imortal

  • Por Jovem Pan
  • 25/11/2015 21h54
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ORG XMIT: 453501_0.tif Futebol - Campeonato Brasileiro 2005 - Grêmio 1 x 0 Náutico: jogadores do Grêmio comemoram gol, durante jogo da segunda divisão, no estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS). (Porto Alegre, RS, 22.10.2005. Foto de Fredy Vieira/Folhapress) Folhapress O Grêmio escapou de dois pênaltis para o Náutico e venceu mesmo com quatro jogadores a menos

Estádio dos Aflitos: não poderia haver nome mais apropriado para o palco daquele jogo entre Grêmio e Náutico no dia 26 de novembro de 2005. Na ocasião, os aflitos não foram os torcedores pernambucanos, mas os gremistas, que viveram a aflição de quase não voltar para a primeira divisão após a queda em 2004. Só que o Grêmio também fez jus ao seu apelido, “Imortal”, e encarou a morte por quatro vezes naquela tarde de sábado – e saiu vivo das quatro.

A primeira olhada no olho da morte foi aos 33 minutos do primeiro tempo, quando o árbitro Djalma Beltrami marcou pênalti para o Náutico. A conversão da penalidade daria a vantagem ao Timbu, e a vitória o levaria de volta à Série A depois de 20 anos, ao mesmo tempo que deixaria o Grêmio em terceiro no quadrangular final, confinando-o na B por mais uma temporada. Mas Bruno Carvalho acertou a trave.

No segundo tempo, a morte apareceu pela segunda vez quando Escalona foi expulso e deixou a situação mais dramática. A terceira e mais assustadora aparição foi aos 34 minutos: a mão do volante Nunes tocou na bola e o árbitro anotou novo pênalti para o Náutico. A marcação revoltou os gremistas, que, revoltados, foram para cima de Beltrami. A revolta teve suas consequências, e Nunes, Patrício e Domingos foram expulsos por reclamação.

A polícia interveio e a confusão se instalou de vez. Dirigentes gremistas pensavam em tirar o time de campo para depois alegar falta de segurança para a realização da partida, mas a decisão não pareceu ser a mais vantajosa. Depois de 20 minutos de jogo parado, ainda havia um pênalti a ser cobrado. Desta vez, Ademar foi para a cobrança e Galatto defendeu.

Depois de tanto escapar da morte, o Grêmio se confirmou como imortal. No rebote da penalidade, o Tricolor Gaúcho arrancou em contra-ataque e Anderson, que entrara no segundo tempo, invadiu a área adversária driblando para anotar o gol da vitória e do título aos 106 do segundo tempo. No fim, a aflição do estádio serviu para consagrar uma das partidas mais impressionantes da história do futebol.

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