Há três anos, Corinthians invadia o Japão, batia o Chelsea e conquistava o mundo

Para alguns foi a primeira vez, para outros, a segunda, mas fato é que há exatos três anos o mundo era pintado de preto e branco, e nenhum torcedor do mundo festejava tanto quando os corintianos. Na manhã daquele domingo, dia 15 de dezembro de 2012, o Timão bateu o Chelsea com gol de Guerrero e defesas de Cássio, e fez a festa da torcida alvinegra que invadiu o Japão.

Depois de conquistar a Libertadores de forma invicta e incontestável, o time do Parque São Jorge viajou ao Japão acompanhado de milhares de torcedores que tomaram conta da terra do sol nascente – estima-se que mais de 30 mil corintianos acompanharam a equipe no mundial.

O Timão se credenciou para a grande final da competição ao bater o Al Ahly, do Egito, por 1 a 0, gol de Guerrero. A vitória veio. A classificação, também. Mas a partida mais complicada do que o esperado diante dos africanos preocupou os alvinegros que teriam o maior desafio diante do Chelsea.

Da semifinal para a final, o técnico Tite viu a necessidade de mudança e trocou Douglas por Jorge Henrique. Mais do que isso, mudou a postura da equipe e deu uma injeção de ânimo e confiança em seus jogadores.

Característica marcante daquele time montado por Tite, a solidez defensiva e a consistência no meio campo fez o Corinthians jogar de igual para igual para o campeão europeu naquela temporada. O momento conturbado do time inglês que não atravessava boa fase no comando da Rafa Benítez, aumentou as chances alvinegras que fez “o jogo da vida” em Yokohama.

Após primeiro tempo equilibrado, o gol histórico saiu aos 24 minutos da segunda etapa e com a cara do time de Tite: paciente e agressivo no momento certo.

A jogada começou com Fábio Santos pegando o rebote após chutão de David Luiz. O lateral recuou para o zagueiro Chicão que lançou Paulinho, destaque daquela equipe. O camisa 8 tabelou com Jorge Henrique, invadiu a área e, com chances de chutas, serviu Danilo que também hesitou para finalizar. Danilo cortou e bateu de pé direito, a bola explodiu na defesa azul e subiu. Surgiu então o faro do artilheiro: sozinho, Guerrero subiu e, com Peter Cech no chão, tocou de cabeça, sem chances para os três defensores do Chelsea que se posicionaram em cima da linha.

O gol colocou Guerrero na história, mas outro personagem corintiano ficou marcado para sempre na memória do torcedor: Cassio. O arqueiro alvinegro foi brilhante, fez ao menos 4 defesas difíceis e levou o prêmio de melhor jogador da partida.

A glória de levantar o título mundial coroou e fechou um ciclo no Corinthians. Depois de sofrer o rebaixamento em 2007 e voltou à primeira divisão em 2008, o Timão se reestruturou, se planejou e, ano após ano, foi se consolidando para buscar o topo do mundo. Do rebaixamento ao Mundial, foram cinco anos, quatro título (sem contar a conquista da Série B) e a formação de uma base com jogadores como Chicão, Alessandro, Douglas (que disputaram a segunda divisão), Fábio Santos, Ralf, Paulinho, Danilo, Jorge Henrique (que participaram da tragédia diante do Tolima) que enfrentaram momentos difíceis no clube, mas foram fundamentais na conquista do título histórico.

Do time que bateu o Chelsea e fez história no Japão, apenas o goleiro Cássio, o volante Ralf, o meia Danilo e o zagueiro Felipe (reserva em 2012) ainda estão no Timão e fizeram parte da conquista do Hexacampeonato Brasileiro em 2015.