Idiomas, ética e educação financeira: como o Vitória tem “revolucionado” a base
Vitória tem um dos times mais forte da base brasileira
Vitória tem um dos times mais forte da base brasileiraAlém do bom desempenho dentro de campo e da imensa tradição que possui no futebol brasileiro, a base do Esporte Clube Vitória tem revolucionado a maneira como se pensa a formação de jogadores no Brasil. Apenas passes, chutes, cruzamentos, desarmes e defesas? Não. Os jovens atletas do time rubro-negro serão educados, também, fora de campo.
Em entrevista exclusiva ao repórter Fredy Junior para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan, o diretor-executivo da divisão de base do Vitória, Alfredo Montesso, deu detalhes sobre um novo projeto para as categorias inferiores do clube. A diretoria baiana tem promovido ações em conjunto com o Serviço Social da Indústria (SESI) de Salvador para aprimorar a formação dos atletas como seres-humanos, e não apenas como jogadores. O Vitória vai oferecer cursos de idiomas, educação financeira e ética ao seus profissionais da base.
A ideia é que estes jovens não dependam somente de um improvável sucesso futebolístico para se dar bem na vida. “O Vitória está dando um passo a frente“, definiu Montesso. “Não podemos perder de vista que o futebol é a principal matéria do clube, só que, para o desenvolvimento global dos meninos, eles necessitam de se desenvolver outras áreas de suas vidas. Isto vai favorecer a formação destes meninos como cidadãos”, acrescentou.
O diretor-executivo da divisão de base do Vitória lembrou que um recente estudo da CBF indicou que 82% dos jogadores de futebol do Brasil recebem menos de R$ 1000,00 por mês. Para ele, esta estatística prova que, na maioria dos casos, ser um futebolista consagrado e bem remunerado não passa de um sonho distante aos jovens nascidos no País.
“O Vitória passa a se importar com o cidadão formado, porque, infelizmente, há uma estatística muito negativa dos meninos que iniciam o sonho de se tornar profissionais do futebol. Nossa intenção é de que mesmo os jovens que não consigam se profissionalizar encerrem um período da vida deles um pouco mais instruídos como cidadãos“, declarou.
“Um erro que a gente comete há muito tempo é o de seguir esses meninos só no ensino fundamental e médio. A educação que eles normalmente recebem nas escolas não chamam a atenção, e a solução, muitas vezes, passa a ser depositar todo o futuro na profissionalização no futebol. Mas sabemos que nem todos realizam este sonho“, completou.
Montesso deixou claro, contudo, que até mesmo os meninos que porventura alcançarem o sucesso e vingarem dentro de campo serão beneficiados com este projeto. “Sabemos de várias e várias histórias de jogadores que não eram bem preparados, gastaram mais do que ganharam e acabaram em uma situação muito ruim. Nosso objetivo, então, é que até mesmo esses jogadores que vão se bem-sucedidos saibam o que fazer com o dinheiro. Queremos que eles sejam educados para ter um futuro mais seguro“, encerrou.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.