“Ignorado”, vice da CBF vê manobra e não crê em retorno de Del Nero
Acuado por denúncias de corrupção e indiciado pelo FBI, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, pediu licença do cargo na última quinta-feira (03) e indicou para seu lugar o vice da região Centro-Oeste, Marcus Vicente. Em contato exclusivo com o repórter Rodrigo Viga, o vice do Sul, Delfim Peixoto, opositor de Del Nero, disse que a indicação pode ser uma manobra do mandatário da CBF.
Como vice-presidente mais velho da CBF, com 74 anos, Delfim é o primeiro na linha sucessória, e assume em caso de renúncia de Del Nero ou suspensão maior que 180 dias. Como o mandatário apenas se licenciou, alegando a necessidade de se concentrar exclusivamente em sua defesa, ele teve a possibilidade de indicar Vicente, 61 anos, negando ao seu opositor Delfim a chance de presidir a confederação.
“Já que ele (Del Nero) se licenciou somente, pelo estatuto, ele poderia escolher o vice que quisesse”, disse Delfim. “Pode ser (para não me beneficiar). Mas a pessoa que ele colocou é também uma boa pessoa, um parlamentar, foi presidente de federação, também está qualificado para substituir”.
Delfim também afirmou “desconhecer” qualquer movimentação para que novas eleições aconteçam na CBF, dizendo que “não é previsto no estatuto”. Porém, ele não acredita que Del Nero vá reassumir o cargo para o qual tem mandato até 2019.
“Para o futebol brasileiro, isso (volta de Del Nero) não é bom. Acho que fica difícil tocar o futebol brasileiro com a situação como está”, disse o cartola catarinense, que admitiu desejo de comandar a CBF no futuro.
“Quem está no futebol tem que aceitar qualquer missão. Qualquer pessoa que está no futebol, que gosta do futebol, teria essa intenção”, declarou. A tensão entre Delfim e Del Nero se acentuou desde que o vice da região Sul decidiu apoiar a formação da liga de clubes Sul-Minas-Rio, vista como ameaça ao poder da CBF.
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