Injustiçado? Rivaldo chega aos 45 anos como grande craque que poucos lembram

  • Por Jovem Pan
  • 19/04/2017 11h47
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Rivaldo marcou cinco gols na Copa do Mundo de 2002

Estadão Conteúdo Rivaldo marcou cinco gols na Copa do Mundo de 2002

Multicampeão e eleito melhor do mundo em 1999, Rivaldo, que nesta quarta-feira (19) completa 45 anos, foi peça importante na Seleção e nos times que passou, mas nem sempre teve o reconhecimento e o destaque como outros craques da sua geração.

Talvez a causa dessa pouca exaltação a seu respeito se deve a seu estilo um pouco mais distante dos holofotes. Enquanto Romário dominava os noticiários com declarações polêmicas e Ronaldo encantava o mundo com grandes gols, Rivaldo se preocupava em apresentar um futebol técnico, com rapidez e eficiência sob medida, que melhorava a cada ano. Não é nenhum exagero dizer que o camisa 10 da Seleção foi um craque injustiçado.

Rivaldo apareceu para o futebol no “carrossel caipira” do Mogi Mirim, time que décadas depois ele viria a ser presidente, mas foi no Palmeiras que ele decolou de vez. Ajudou o Verdão a erguer a taça do Brasileiro de 1994 e fez parte do histórico “time dos 100 gols”, campeão paulista de 1996.

Enquanto se falava muito de Luisão, Djalminha e Cleber, Rivaldo terminava a célebre campanha como vice-artilheiro, com 18 gols. Na história do clube, ele aparece à frente de outros nomes muito celebrados pelo torcedor, como Oséas, Paulo Nunes, Zinho e Euller. Rivaldo é o 26º maior goleador dos 102 anos de Palmeiras, com 67 gols em 126 jogos.

Na Seleção, foi preciso muito suor para conseguir seu espaço. Zagallo não o convocava por vê-lo como o culpado pela derrota contra a Nigéria na Olimpíada de Atlanta 96, e Rivaldo só voltou a vestir a amarelinha um ano depois. Porém, quando voltou, não largou mais.

Rivaldo coleciona oito gols em Copa do Mundo, o mesmo número de Maradona e Leônidas. Além disso, é um dos dois camisas 10 que foi decisivo na conquista de um Mundial. O outro foi Pelé.

O ano de 1999, em especial, foi uma temporada de muito reconhecimento para Rivaldo, com direito a conquista de três prêmios diferentes de Melhor do Mundo, porém pouco lembrado pelos torcedores. Apesar de ter sido o artilheiro e eleito melhor jogador da Copa América, quem é mesmo lembrado como personagem daquela campanha é Ronaldinho Gaúcho, que começava a brilhar na Seleção aos 19 anos.

O mesmo aconteceu na Copa de 2002. Todos os créditos da conquista vão para Ronaldo, autor dos dois gols da decisão, mas poucos se lembram que o primeiro saiu apenas de um rebote do seu chute e outro de um passe sob medida seu. Apesar de não marcar na final, foram cinco gols no Mundial da Coreia e Japão.

Também passou longe dele o desejo de encerrar a carreira no auge e, ao invés disso, colecionou passagens por lugares como a Grécia, Uzbequistão e Angola. Sempre campeão. Sempre artilheiro ou melhor do time. Pendurou as chuteiras como presidente e atacante do Mogi Mirim, de forma modesta e discreta, como sempre foi sua característica.

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