Injustiçado? Rivaldo chega aos 45 anos como grande craque que poucos lembram
Rivaldo marcou cinco gols na Copa do Mundo de 2002
Rivaldo marcou cinco gols na Copa do Mundo de 2002Multicampeão e eleito melhor do mundo em 1999, Rivaldo, que nesta quarta-feira (19) completa 45 anos, foi peça importante na Seleção e nos times que passou, mas nem sempre teve o reconhecimento e o destaque como outros craques da sua geração.
Talvez a causa dessa pouca exaltação a seu respeito se deve a seu estilo um pouco mais distante dos holofotes. Enquanto Romário dominava os noticiários com declarações polêmicas e Ronaldo encantava o mundo com grandes gols, Rivaldo se preocupava em apresentar um futebol técnico, com rapidez e eficiência sob medida, que melhorava a cada ano. Não é nenhum exagero dizer que o camisa 10 da Seleção foi um craque injustiçado.
Rivaldo apareceu para o futebol no “carrossel caipira” do Mogi Mirim, time que décadas depois ele viria a ser presidente, mas foi no Palmeiras que ele decolou de vez. Ajudou o Verdão a erguer a taça do Brasileiro de 1994 e fez parte do histórico “time dos 100 gols”, campeão paulista de 1996.
Enquanto se falava muito de Luisão, Djalminha e Cleber, Rivaldo terminava a célebre campanha como vice-artilheiro, com 18 gols. Na história do clube, ele aparece à frente de outros nomes muito celebrados pelo torcedor, como Oséas, Paulo Nunes, Zinho e Euller. Rivaldo é o 26º maior goleador dos 102 anos de Palmeiras, com 67 gols em 126 jogos.
Na Seleção, foi preciso muito suor para conseguir seu espaço. Zagallo não o convocava por vê-lo como o culpado pela derrota contra a Nigéria na Olimpíada de Atlanta 96, e Rivaldo só voltou a vestir a amarelinha um ano depois. Porém, quando voltou, não largou mais.
Rivaldo coleciona oito gols em Copa do Mundo, o mesmo número de Maradona e Leônidas. Além disso, é um dos dois camisas 10 que foi decisivo na conquista de um Mundial. O outro foi Pelé.
O ano de 1999, em especial, foi uma temporada de muito reconhecimento para Rivaldo, com direito a conquista de três prêmios diferentes de Melhor do Mundo, porém pouco lembrado pelos torcedores. Apesar de ter sido o artilheiro e eleito melhor jogador da Copa América, quem é mesmo lembrado como personagem daquela campanha é Ronaldinho Gaúcho, que começava a brilhar na Seleção aos 19 anos.
O mesmo aconteceu na Copa de 2002. Todos os créditos da conquista vão para Ronaldo, autor dos dois gols da decisão, mas poucos se lembram que o primeiro saiu apenas de um rebote do seu chute e outro de um passe sob medida seu. Apesar de não marcar na final, foram cinco gols no Mundial da Coreia e Japão.
Também passou longe dele o desejo de encerrar a carreira no auge e, ao invés disso, colecionou passagens por lugares como a Grécia, Uzbequistão e Angola. Sempre campeão. Sempre artilheiro ou melhor do time. Pendurou as chuteiras como presidente e atacante do Mogi Mirim, de forma modesta e discreta, como sempre foi sua característica.
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