Irã e Nigéria contrariam “tendência” e protagonizam primeiro 0 a 0 da Copa

  • Por Agencia EFE
  • 16/06/2014 18h53

Curitiba, 16 jun (EFE).- Naquele que é candidato forte ao “título” de pior jogo desta edição da Copa do Mundo, Nigéria e Irã protagonizaram o primeiro 0 a 0 do torneio, nesta segunda-feira, na Arena da Baixada, e receberam muitas vaias dos 39.081 torcedores que esperavam mais, principalmente da atual campeã da Copa da África.

O duelo entre as duas seleções foi o primeiro do Mundial em Curitiba, única cidade-sede que ainda não havia estreado, e a ausência de gols no placar foi compatível com a má qualidade da partida. Pouco inspirados, os nigerianos criaram a maioria das (poucas) chances de gol, mas pecaram pela falta de criatividade, de precisão e na marcação implacável do Irã. Sem a vitória, as “Super Águias” podem complicar sua situação no grupo F.

Já o Irã, dirigido por Carlos Queiroz, entrou em campo para se defender e tentar marcar em jogadas de bola parada ou contra-ataque. Contentou-se em sair da Arena da Baixada com um ponto.

O próximo duelo da Nigéria será contra a Bósnia, no dia 21 de junho, às 19h (de Brasília), na Arena Pantanal. Já o Irã enfrenta a Argentina no mesmo dia, no Mineirão, às 13h.

No início da partida, parecia que a Nigéria conseguiria abrir o placar com facilidade. O primeiro lance de perigo foi aos 2 minutos, numa jogada individual de Moses. Ele avançou pela esquerda, cortou para o meio, mas chutou fraco. Haghichi defendeu sem dificuldades.

Na sequência, a Nigéria tentou pressionar. Aos sete minutos, após cobrança de escanteio de Moses, Mikel subiu com o goleiro do Irã. Na sequência, após confusão na área, a bola entrou na meta de Haghighi, mas o árbitro invalidou o lance. Na visão do árbitro Carlos Vera, o volante do Chelsea cometeu falta sobre o camisa 1 iraniniano.

No minuto seguinte, Emenike recebeu na esquerda e cruzou rasteiro. A bola cruzou a área até encontrar o zagueiro Sadeghi, que a afastou parcialmente. Onazi pegou a sobra e chutou de primeira, mas para fora.

As “Super Águias” tinham a posse de bola (64% no primeiro tempo) e tentavam criar jogadas principalmente pelos lados do campo, com Moses pela esquerda e Musa pela direita, mas esbarravam na marcação da equipe de Carlos Queiroz.

A defesa do Irã se fechou o tempo inteiro. Com duas linhas rígidas e próximas ao goleiro Haghighi, os iranianos não permitiam a aproximação dos africanos. Apenas Ghoochannejhad e Dejagah ficavam à frente delas, mas raramente passavam do meio de campo.

Aos 30 minutos, um raro lance de perigo para a Nigéria. Musa bateu falta de muito longe e quase surpreendeu Haghighi, que se posicionou para o cruzamento.

Jogando apenas no contra-ataque, o Irã quase alcançou seu objetivo aos 34 minutos numa bola parada. Após cobrança de escanteio, Reza Ghoochannejhad subiu mais alto que os zagueiros adversários e cabeceou forte. Eneyama fez grande defesa e salvou a Nigéria no lance mais perigoso do primeiro tempo.

Após o apito final da primeira etapa, o público no estádio paranaense não poupou vaias às duas equipes.

O cenário não mudou no segundo tempo: Nigéria tentando pressionar e o Irã preocupado em se defender. Por isso, logo aos 5 minutos, o técnico Stephen Keshi mudou a equipe. Tirou Moses e colocou o atacante Ameobi, de 1,91m.

Aos 17 minutos, a primeira jogada de perigo da segunda etapa. Dejagah recebeu na intermediária, avançou e arriscou o chute, mas a bola foi direto para fora.

A falta de criatividade das “Super Águias” continuava, já que o time se limitava a cruzar – de perto, de longe, de onde fosse, sem precisão. Mas foi em uma dessas jogadas que a Nigéria quase marcou seu gol, aos 25 minutos. Após cruzamento da esquerda, Ameobi tentou o peixinho, mas cometeu falta sobre o zagueiro Sadeghi.

Aos 30 minutos, Obi Mikel recebeu na entrada da área, driblou um volante adversário e arriscou de fora da área. Mas o chute foi fraco e o goleiro do Irã fez a defesa. Cinco minutos mais tarde, Hagi Safi recebeu pela esquerda, cortou para o meio e rolou para Timotian chutar, mas sem perigo para o goleiro.

A resposta das Super Águias foi perigosa. Após passe por elevação de Obi Mikel, Odemwingie dominou e chutou forte, à esquerda do goleiro Haghighi. O árbitro invalidou o lance, assinalando toque de mão do atacante nigeriano. E, de qualquer forma, a bola tinha ido para fora.

No último minuto, Musa cruzou e Ameobi cabeceou com perigo, mas o lateral Pooladi, também de cabeça, evitou que o zero saísse do placar. Ao final do jogo, mais vaias dos torcedores foram uma trilha sonora digna de um espetáculo que contrariou a tendência de uma Copa – até aqui – com excelentes partidas.

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Ficha Técnica:.

Irã: Haghighi; Montarezi, Hosseini, Sadeghi, Pooladi; Heydari (Masoud), Timotian, Nekoumam e Haji Safi; Dejagah (Alireza) e Ghoochannejad. Técnico: Carlos Queiroz.

Nigéria: Enyeama; Ambrose, Oboabona (Yobo), Omeruo, Oshaniwa; Onazi, Azeez (Odemwingie), Obi Mikel; Moses (Ameobi), Musa e Emenike. Técnico: Shephen Keshi.

Árbitro: Carlos Vera (EQU), auxiliado pelos compatriotas Christian Lescano e Byron Romero.

Cartão amarelo: Timotina (Irã).

Estádio: Arena da Baixada, em Curitiba. EFE

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