Isinbayeva cogita aposentadoria após exclusão dos Jogos Olímpicos do Rio

  • Por EFE
  • 21/07/2016 18h11
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EFE Isinbayeva

A russa Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica no salto com vara, declarou nesta quinta-feira que cogita se aposentar após ser excluída dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF).

“Caso o Comitê Olímpico Internacional (COI) se negue a permitir que os atletas russos disputem os Jogos, não vejo sentido em continuar treinando”, disse a russa em vídeo divulgado nas redes sociais.

Isinbayeva diz que “muitos” comentam que ela está em boa forma após ter a primeira filha, Eva, em 2014, e a incentivam a seguir outro ciclo olímpico até 2020. “Mas não. Já tenho 34 anos e optei pela família”, insistiu.

A saltadora admitiu que acreditou “até o último momento” que a Corte Arbitral do Esporte (CAS) compreenderia “a injustiça da situação” e aceitaria o recurso apresentado por 67 atletas russos contra o veto da IAAF.

“Agora já não acredito que o COI permitirá que os atletas (russos) disputem os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro”, argumentou a russa.

Bicampeã olímpica (Atenas 2004 e Pequim 2008) e bronze em Londres, em 2012, Isinbayeva confessou estar decepcionada por não poder encerrar a carreira com mais um ouro.

“A decisão da CAS me decepcionou e enterrou minha última esperança encerrar a carreira com vitória nos Jogos Olímpicos”, comentou.

A russa afirmou que “faz sentido” apresentar de maneira individual um recurso à CAS, que deu aos atletas russos um prazo de 30 dias para apelar, o que ela considerou “uma enganação”, já que faltam duas semanas para o início dos Jogos.

“Em caso de vitória, vou recorrer ao Tribunal Internacional de Direitos Humanos e provar a minha inocência. Para mim, é uma questão de princípios, e não algo relacionado com os Jogos do Rio, já que não há mais tempo”, analisou.

O treinador de Isinbayeva, Yevgueni Trofimov, apoiou os planos de atleta de recorrer, mas acredita que isto não servirá para competir nos Jogos Olímpicos.

“Ela estava em uma magnífica forma física. Saltou 4,90 metros em sua primeira competição oficial (nos campeonatos nacionais). Planejávamos 5,07 metros, pelo menos”, ressaltou.

Trofimov destacou que Isinbayeva treinou na manhã desta quinta-feira e que ainda tem outro treino previsto para a sexta-feira.

“Não sei para que fazer isso, mas não podemos abandonar os treinamentos. Além disso, queria abrir uma academia Isinbayeva. Temos todas as condições para isso, mas agora começo a pensar se vale a pena”, disse.

O técnico relacionou o veto do atletismo russo com a política de sanções econômicas impostas à Rússia pelo Ocidente após a anexação da Crimeia e a crise na Ucrânia.

“Isto foi feito principalmente para enterrar a nossa equipe. É a política de sanções. Para mim, isto é tão evidente como dois mais dois são quatro”, denunciou.

Aos 34 anos, Isinbayeva recuperou a liderança na modalidade após um dois anos em baixa depois de ganhar o Mundial de Moscou, em 2013, quando logo em seguida decidiu ser mãe.

“Que todos esses atletas estrangeiros pseudo-limpos respirem aliviados e ganhem suas pseudo-medalhas de ouro em nossa ausência. Sempre se assustaram com a (nossa) força”, publicou em sua conta no Instagram após saber a decisão da CAS.

A CAS recusou nesta quinta-feira em Genebra o recurso contra a decisão de deixar o atletismo russo fora dos Jogos adotada pela IAAF, que no final de 2015 suspendeu a Federação Russa por conivência com o doping.

A decisão da CAS pode ser crucial para a presença da equipe olímpica russa no Rio de Janeiro após o relatório McLaren, feito pela Agência Mundial Antidoping (Wada), acusar na segunda-feira a Rússia de doping de Estado durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi.

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