Jadson sente falta do Corinthians e revela: passou raiva ao jogar com chineses

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2016 16h15
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Jadson está sofrendo em seus primeiros meses no Tianjin Quanjian Instagram/Reprodução Jadson está sofrendo em seus primeiros meses no Tianjin Quanjian

Até o ano passado, Jadson jogava em um time entrosado, recheado de bons valores e que, não à toa, ganhou o título brasileiro com extrema facilidade. Agora, o meia de 32 anos atua em uma equipe fraca, inexperiente e que compete apenas na segunda divisão da China. A vida de um dos principais responsáveis pelo maravilhoso 2015 do Corinthians mudou drasticamente. Do vinho para a água. E isso ficou bastante claro em uma honesta entrevista exclusiva concedida pelo ex-jogador alvinegro a Márcio Spimpolo para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan. 

Apesar de motivado pelo desafio e feliz pelo milionário salário que recebe no modesto Tianjin Quanjian, da China, Jadson admitiu que sente, sim, saudades de atuar ao lado de atletas com qualidade. Embora esteja no mesmo time de Luís Fabiano e Geuvânio e seja comandado por Vanderlei Luxemburgo, o ex-corintiano revelou que, nos seus primeiros jogos com a equipe asiática, passou raiva por causa da fragilidade técnica dos companheiros.  

Isso aconteceu durante a passagem do time chinês pelo Brasil, no início do ano. Na ocasião, o Tianjin foi goleado por 5 a 1 pelo Vitória, por 4 a 0 pelo Bragantino e também acabou derrotado por 2 a 1 pelo XV de Piracicaba. “Não tem comparação entre o futebol brasileiro e o chinês“, afirmou Jadson. O futebol brasileiro está muito na frente. Quando o nosso time viajou a Atibaia para fazer os treinamentos, foi uma experiência nova para os asiáticos, também, então foi um pouco complicado“, completou. 

O Vanderlei pegou o time desmontando e, naquele momento, ainda estava tentando ensinar a parte tática para eles. Eu e o Luís Fabiano passamos, sim, um pouco de raiva, mas todo mundo falava que, quando chegássemos aqui na China, o futebol ia equilibrar, porque aqui as equipes são mais ou menos parecidas. E foi o que aconteceu”, revelou, um pouco mais aliviado pela evolução do Tianjin. O time venceu um amistoso na Coreia do Sul e já triunfou nas duas primeiras rodadas da segunda divisão chinesa – é claro, graças ao brilho dos três jogadores brasileiros do elenco.

Mas se engana quem pensa que as vitórias fizeram Jadson superar as saudades de sua ex-equipeEu terminei 2015 como campeão brasileiro, em alta, tive um ano especial na minha vida. É claro que o projeto que o Vanderlei me mostrou era bom, mas a parte financeira não tem nem o que falar. Pesou muito. Vim para cá, mas até esses dias atrás eu estava pensando e lembrando de quando eu jogava no Corinthians, ao lado de jogadores de qualidade. É totalmente diferente da situação aqui na China“, contou, nostálgico. 

Mas a vida de todo profissional é assim: uma hora, tem de escolher um caminho. E foi o que eu fiz. É claro que a saudade e o respeito pelo Corinthians e pelo Tite continuam, mas estou torcendo de longe pelo clube“, acrescentou o jogador, que ainda sofre para se adaptar à China. “É uma experiência nova para mim. Nunca tinha vindo para a Ásia antes. A adaptação está sendo um pouco complicada, mas estou indo aos poucos. O Vanderlei veio para cá para tentar deixar o clube mais profissional, e as coisas estão caminhando. Tomara que o projeto que ele nos apresentou dê certo e que nós possamos subir de divisão ainda neste ano”, declarou. 

O acesso, por sinal, não é nada menos que obrigação para o Tianjin Quanjian. Com o projeto de subir para a elite nacional ainda em 2016, o clube investiu pesado no início do ano e desembolsou elevadas quantias para formar um time minimamente competitivo. Desde os maus resultados em solo brasileiro, o clube contratou atletas de seleções asiáticas e já apresentou melhora. 

“O presidente fez um grande investimento, contratou bons reforços, e a cobrança dele é para que a gente suba para a primeira divisão já neste ano. Esse é o objetivo, não tem nem que pensar em outra coisa. A gente sabe que não é fácil porque, quando a bola rola, a gente tem que correr e se doar, mas, pelo que tenho visto por aqui, a gente tem tudo para subir de divisão, sim”, finalizou, ainda saudoso dos tempos em que jogava e tinha dez companheiros de bom nível no seu time.

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