Jamil Chade comenta “erro da Fifa” e diz que CBF quer responsabilizar Teixeira

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quarta-feira (27), o jornalista Jamil Chade, correspondente do jornal Estado de São Paulo na Suíça, destacou que a CBF tenta isentar José Maria Marin de qualquer responsabilidade, culpando o ex-presidente Ricardo Teixeira. O jornalista afirmou ainda que o grande erro da Fifa foi expulsar o americano Chucky Blazer, homem que entregou importantes informações sobre a corrupção da entidade ao FBI.

Jamil explicou que a presidência da CBF tenta isentar José Maria Marin de qualquer responsabilidade nos escândalos de corrupção, e usa o ex-presidente da entidade, Ricardo Teixeira, para justificar a sujeira: “é curioso porque outro aspecto que ficou muito claro aqui é que o (Marco Polo) Del Nero já tenta retirar do Marin, que está preso, a culpa do que foi feito dizendo que os contratos eram da época do Ricardo Teixeira”, comentou o jornalista que afirmou ainda que toda a situação deverá atingir a atual gestão da CBF. “Atingirá de duas formas (a atual gestão). Se os acordos estão vigentes, vão ter que ser revistos. E os novos patrocinadores vão chegar, será que vão aceitar as mesmas condições de propinas como é feito agora?”, completou.

“O Chucky Blazer (ex-membro do comitê executivo da FIFA que se declarou culpado ao FBI) era um aliado do Blatter por muito tempo era um aliado da estrutura da Fifa até que deu um tiro no seu próprio pé e foi pego, o que o Blatter fez foi expulsá-lo da Fifa e deixar claro que ali ele não participava mais, e talvez esse seja o grande erro. Expulsar alguém que tinha tanto informação que foi repassada ao FBI”, explicou Jamil Chade.

A Fifa tem eleições marcadas para a próxima sexta-feira (27), e até o momento não desmarcou a votação. Para Jamil, mesmo com todo o caso de corrupção, Joseph Blatter deve se reeleger: “acho que a chance dele (Ali bin Al-Hussein, adversário de Blatter nas eleições) aumenta, mas acho que ainda assim o Blatter vai ser eleito porque todos que devem alguma coisa ou temem alguma coisa, vão se unir agora. Várias pessoas que conversei agora veem essa união entre eles. O que representa essa união? “Olha, não há mais espaço para rachar”. E tudo vai depender de uma reunião da Uefa, se ela decidir que não haverá eleição, se dizer que não participa da eleição, o cisma pode ser histórico”, finalizou Jamil Chade.