Jogos Olímpicos Especiais começam com 38 atletas brasileiros em busca de medalha
Nesta sexta-feira (24), começam os Jogos Mundiais Especiais de Verão, evento organizado pela organização Special Olympics, a qual é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional e realizada desde 1968. Neles, atletas com deficiência intelectual tentarão conquistar medalhas em diversos esportes – diferentemente dos Jogos Paralímpicos, onde atuam competidores com deficiências físicas.
O nadador fluminense Douglas Martinet de Oliveira, de 24 anos, é o primeiro representante brasileiro na modalidade natação em águas abertas dos Jogos Mundiais Olímpicos Especiais de Verão, que este ano será em Los Angeles, nos Estados Unidos. Confiante na conquista da medalha de ouro, Douglas está apreensivo apenas com a viagem.
“Estou muito feliz. Estou com um pouco de medo, porque nunca viajei de avião”, disse. Douglas é um dos 38 atletas da delegação brasileira com deficiência intelectual que embarcou nesta segunda-feira (20) rumo à Califórnia para participar dos jogos, cuja cerimônia de abertura será no sábado (25) e o encerramento em 3 de agosto.
Cerca de 7 mil atletas de 165 países devem participar do evento, organizado pela Fundação Special Olympics. Os atletas brasileiros vão disputar medalhas nas modalidades: futsal feminino, atletismo, ginástica rítmica, natação, tênis, judô, entre outros. A delegação conta ainda com 12 técnicos, três delegados e quatro dirigentes.
O judoca Breno Viola ficou mais conhecido por seu papel no filme Colegas, que conta a trajetória de três jovens com síndrome de Down embarcando em uma viagem em busca de seus sonhos. Mas é no tatame que o faixa-preta brilha. Terminou em 4º lugar na edição dos Jogos em Atenas, em 2011, na Grécia e é bicampeão mundial em sua categoria. Para ele, esse será o evento mais significativo de sua carreira.
“Já tive vários títulos, mas esse será o mais importante, porque é a primeira medalha olímpica. Estou muito emocionado. Mas não importa qual a cor da medalha, com certeza a gente vai trazer medalha”, afirmou o atleta.
O custo da viagem e dos uniformes foi patrocinado pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio e pelo Ministério do Esporte. Para a diretora executiva da Fundação Special Olympics Brasil, Ana Paula Soares, o potencial do Brasil é muito grande, mas ainda pouco aproveitado em competições.
“Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que cerca de 10% da população tem algum tipo de deficiência. Dentro do Brasil, com uma população gigante, a gente está levando 38 atletas é muito pouco, a gente poderia estar indo com uma delegação maior. É muito triste ver nos Jogos de Atenas, por exemplo, a delegação da Costa Rica, que é um país bem menor que o nosso, com quase 200 pessoas e a nossa com 40”, explicou diretora, que atribuiu parte do problema ao preconceito.
“Muita gente ainda pensa que os deficientes intelectuais não são capazes de fazer muitas coisas, e eles são capazes de muitas coisas. Essa é uma das nossas missões, fazer com que esse público acredite no seu potencial e mostre do que são capazes. Além disso, o esporte faz bem em qualquer situação para qualquer indivíduo”, analisou.
Os Jogos Olímpicos Mundiais Especiais ocorrem a cada dois anos, no verão e no inverno alternadamente. O primeiro evento mundial foi realizado pela instituição em 1968, em Chicago, nos Estados Unidos. O último ocorreu na Coreia do Sul em 2013.
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