Brasil terá 277 atletas em Paris-2024, com maioria feminina pela primeira vez
COB fechou a lista com 153 mulheres e 124 homens; entidade atribui o crescimento feminino às ações em parceria com as Confederações Brasileiras de modalidades olímpicas desde o Rio-2016
A lista de atletas brasileiros na Olimpíada de Paris-2024 está fechada. E, pela primeira vez na história, as mulheres são maioria. Elas serão 55% do total de 277 esportistas, de 39 modalidades diferentes, que estarão competindo na capital francesa a partir do dia 26 deste mês. Serão 153 mulheres e 124 homens. O número confirma o crescimento da presença feminina na delegação brasileira. Na última edição dos Jogos Olímpicos, disputados em Tóquio, em 2021, a quantidade de mulheres na lista de atletas já era um recorde, com 47% do total de classificados. No ciclo anterior, que culminou na Olimpíada do Rio-2016, as mulheres foram 45% do total da delegação brasileira. Elas faturaram cinco das 19 medalhas nacionais. Na capital japonesa, o desempenho acompanhou a quantidade. Elas conquistaram nove das 21 medalhas conquistadas, no melhor resultado geral do Brasil na história olímpica. As estrelas daquela edição foram a skatista Rayssa Leal, a boxeadora Beatriz Ferreira, a ginasta Rebeca Andrade e a nadadora Ana Marcela Cunha – as duas últimas foram campeãs olímpicas. O trio estará presente em Paris-2024.
Não por acaso o Comitê Olímpico do Brasil (COB) projeta que, na França, as mulheres vão subir mais vezes ao pódio do que os homens. “Existe sim uma chance real de termos mais medalhistas mulheres do que homens pela primeira vez em Jogos Olímpicos. No Pan de Santiago (2023) já tivemos mais medalhas de mulheres, foi a primeira vez em um evento multiesportivo que isso aconteceu. E a chance de acontecer isso em Paris também é grande, porque temos mais mulheres na delegação e temos muitas delas com histórico recente de grandes desempenhos em nível internacional”, prevê Rogério Sampaio, diretor-geral do COB.
A entidade atribui esse crescimento feminino às ações em parceria com as Confederações Brasileiras de modalidades olímpicas desde o Rio-2016. “Há dois ciclos olímpicos, após ser identificada uma oportunidade de crescimento do esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para tentar aumentar o número de treinadoras e gestoras. Com esse objetivo foi criada, em 2021, a área Mulher no Esporte no COB. As confederações também fizeram investimentos específicos no Feminino. Foi realmente uma estratégia que deu certo, e temos mais atletas se destacando internacionalmente”, explica Mariana Mello, gerente de planejamento e desempenho esportivo do COB.
A maior presença das mulheres na delegação brasileira olímpica se deve ao bom rendimento recente das seleções femininas nos esportes coletivos. Elas faturaram a classificação para competir no futebol, vôlei, handebol e rúgbi. Já os times masculinos emplacaram vaga apenas no vôlei e no basquete, sem a almejada classificação olímpica no futebol, na busca pelo tricampeonato olímpico.
Curiosamente, a Olimpíada de Paris-2024 será a primeira em que haverá total igualdade de gênero quanto às vagas disponíveis nos eventos esportivos. Das 10.500 vagas, 5.250 serão preenchidas por mulheres e 5.250, por homens. Em termos de números totais, a delegação para Paris-2024 é a terceira maior da história do esporte brasileiro. A recordista, claro, é a do Rio-2016, com 465 atletas, em razão dos convites que os anfitriões dos Jogos Olímpicos recebem para disputar todas as modalidades do programa olímpico. E a segunda maior foi a de Tóquio, com 301.
Mais números
A edição de Paris-2024 dos Jogos Olímpicos vai marcar mais um recorde entre os atletas brasileiros. O cavaleiro Rodrigo Pessoa, dono de duas medalhas de bronze e uma de ouro, disputará sua oitava Olimpíada, superando as sete edições de Robert Scheidt (vela) e Formiga (futebol). No geral, se somadas as edições de inverno dos Jogos Olímpicos, Pessoa empata com Jaqueline Mourão, que tem três participações em Olimpíada de verão e cinco de inverno.
Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações do Estadão Conteúdo
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