Jornalista que ajudou a revelar esquema de doping na Rússia ataca COI e Wada
Hajo Seppelt fez as primeiras denúncias que deram origem ao Relatório McLaren
Hajo Seppelt fez as primeiras denúncias que deram origem ao Relatório McLarenO jornalista alemão Hajo Seppelt, que fez as primeiras apurações sobre doping na Rússia, que acabaram sendo partida para o relatório McLaren, atacou nesta sexta-feira o Comitê Olímpico Internacional (COI) e cobrou que o presidente da Agência Mundial Antidoping (WADA), Craig Reedie, peça demissão.
“O COI fracassou durante anos no doping. O único interesse que tem o presidente (Thomas) Bach é defender os interesses que já existem e não atacar grandes países como a Rússia. Como podemos ter um presidente da WADA que foi vice-presidente do COI durante anos. Craig Reedie tem que renunciar”, afirmou o repórter.
Seppelt foi duro nas palavras contra o mandatário da agência antidoping, especialmente, por causa de uma suposta “vista grossa” com o país do Leste Europeu.
“Ele não está interessado em atletas limpos. Através do COI, contaminaram os Jogos durante anos. Sochi 2014 (Jogos Olímpicos de Inverno) foi uma farsa”, garantiu o alemão.
O profissional de imprensa fez as declarações em discurso no V Congresso Internacional Esporte, Doping e Sociedade realizado em Madri, na Espanha, em que detalhou como conseguiu as informações sobre o sistema estatal implantado na Rússia e em que absolveu os atletas.
“Os desportistas não são ovelhas negras, são vítimas de um esquema que os pressiona a se doparem em algumas partes do mundo”, avaliou Seppelt, que chegou a viajar disfarçado de técnico interessado em comprar substâncias proibidas, para obter informações.
O jornalista da emissora alemã “ARD” chegou a ser demitido no início da apuração, devido negativa das autoridades esportivas no primeiro momento. Seis meses depois, o repórter acabou sendo recontratado para liderar uma equipe que averiguasse os segredos do esporte.
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