Jose Maria Marin indica que não fará delação premiada nos Estados Unidos

  • Por Agência Estado
  • 04/11/2015 19h10
  • BlueSky
***FOTO DE ARQUIVO*** RIO DE JANEIRO,RJ, 28.06.2013 - FIFA-DIREÇÃO - José Maria Marin ex presidenta da CBF (D) e Joseph Blatter presidente da Fifa e outros dirigentes foram detidos nesta quarta-feira (27) pela polícia suíça em uma operação surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas são investigados pela justiça americana em um suposto esquema de corrupção. Na foto de arquivo José Maria Marin presidente da CBF durante coletiva de imprensa após a reunião do Comitê Organizador da Copa das Confederações da FIFA no Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 28. (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress) Folhapress Em prisão domiciliar nos EUA

José Maria Marin, ex-presidente da CBF e em prisão domiciliar nos EUA, já deu sinais claros desde que chegou a Nova Iorque de que não fechará um acordo de delação premiada e que irá concentrar sua defesa apenas em sua situação. Pessoas próximas ao processo ainda indicaram que sua fiança de US$ 15 milhões virá de forma integral do patrimônio do ex-cartola, de 83 anos.

Depois de cinco meses numa prisão de Zurique, Marin dormiu na noite de terça-feira para quarta pela primeira vez em uma cama, num apartamento avaliado em US$ 3,5 milhões. Ao chegar a Nova Iorque, ele foi levado a uma corte e fechou um acordo para acompanhar o processo em liberdade condicional. Mas o juiz estabeleceu o valor da garantia em US$ 15 milhões, acima do que estava previsto e também mais elevada que a de Jeff Webb, o ex-vice-presidente da Fifa, que pagou US$ 10 milhões. 

No caso de Marin, a família foi obrigada a depositar em uma conta da Justiça americana um total de US$ 1 milhão e seu apartamento foi confiscado. Além disso, uma garantia de mais de US$ 11 milhões foi estabelecida, o que foi acertado por meio de uma carta-seguro de um banco. O dinheiro viria do patrimônio do cartola, acumulado no comando da CBF, como deputado e governador

Um dos principais interesses do FBI é de que Marin colabore com a investigação, inclusive dando detalhes sobre como ocorreu a negociação sobre propinas e quem mais esteve envolvido. Segundo a Justiça da Suíça, Marin “compartilhou” subornos com outros dirigentes e, no inquérito dos americanos, o nome de Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira estão entre os suspeitos.

Marin, porém, optou por enquanto por não fazer uma delação. O FBI não desistiu e ainda espera que o brasileiro mude de posição durante o julgamento.

Segundo advogados de defesa, o julgamento deve levar um ano e meio. Neste período, Marin ficará com uma tornozeleira. Todas as saídas terão de ser notificadas para a corte, inclusive as que são autorizadas, como ira o advogado, médicos ou até a Igreja. Ele também terá a autorização a comprar comida, se pedir. 

Marin poderá manter contato com seus familiares. Mas jamais com o mundo do futebol. Contatos com Del Nero, Teixeira, pessoas da Fifa ou qualquer outro empresário estarão proibidos.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.