Juiz espanhol acata denúncia da DIS contra Neymar, Barça, Santos e dirigentes

  • Por Agencia EFE
  • 17/06/2015 11h25

Madri, 17 jun (EFE).- A justiça espanhola acatou denúncia feita pelo fundo de investimento DIS contra Neymar e o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, por crime de corrupção e fraude na negociação que resultou na transferência do atacante brasileiro, que atuava no Santos.

A ofensiva da empresa também se volta contra os dois clubes, os dirigentes Sandro Rosell, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, Odílio Rodrigues, o pai de Neymar, e a empresa que ele mantém com o filho, a N&N, todos incluídos na queixa enviada à Audiência Nacional, tribunal que tem jurisdição em todo o território espanhol.

No auto de admissão da denúncia, o juiz José de la Mata pede que Real Madrid, Chelsea, Bayern de Munique e Manchester City apresentem as ofertas que enviaram entre 2009 e 2013 ao Peixe, ao atacante e seus representantes, entre eles, Neymar da Silva Santos.

Atendendo ao critério da promotoria, no entanto, o magistrado entende que “não é urgente e necessário, por enquanto, citar os envolvidos para tomar seus depoimentos, na qualidade de acusados”.

A DIS já havia tentado passar a ser parte no processo aberto por irregularidades na contratação do jogador, sem ter sucesso, no entanto. Agora, apresentou nova denúncia, porque se considera enganada na negociação.

Os crimes apontados são os de corrupção entre particulares e fraude na modalidade de contrato simulado. O fundo aponta que corresponderia a DIS 40% do dinheiro pago do Barcelona ao Santos, mas que só recebeu valor referente aos 17,1 milhões de euros declarados pelo clube espanhol.

A contratação, no entanto, de acordo com investigação da Audiência Nacional, teve valor total de 83,3 milhões de euros. CErca da metade do montante, 40 milhões de euros, foi cobrado por Neymar, para aceitar ser contratado mediante um contrato simulado.

Segundo a justiça, esta modalidade “poderia afetar o livre mercado de contratações de jogadores, prejudicando também o denunciante”, se referindo a DIA, já que não foi possível receber mais dinheiro em ofertas de outros clubes, o que se enquadraria em crime de corrução privada.

O crime de fraude por simulação contratual seria pelo restante de contratos falso que serviram para pagar o sobrecusto no negócio, pela antecipação da transferência em um ano. Segundo José de la Mata, a intenção dos envolvidos era disfarçar o que, na realidade, era o pagamento pela transmissão dos direitos federativos.

Nos autos, o juiz explica porque estes fatos devem ser investigados na Audiência Nacional e chega a conclusão de que o crime aconteceu fora do território espanhol, mas que alguns dos supostos responsáveis por eles são cidadãos do país.

Ainda de acordo com o magistrado, a transferência para a DIS aconteceu no Brasil, os pagamentos pelos contratos simulados, assim como o deslocamento patrimonial, assim, o prejuízo seria no país de origem do atacante, já que foi causado a uma empresa brasileira.

Na outra causa sobre Neymar, investigada pela Audiência Nacional, foi considerado que a competência é dos juizados catalães, já que se centra em crimes fiscais cometidos na Espanha. Neste processo, já foi indicado que Bartomeu, Rosell e Barcelona vão à julgamento, por crimes fiscais e apropriação indébita.

A promotoria pediu dois anos e três meses de prisão, mais multa de 3,8 milhões de euros para Bartomeu, sete anos e seis meses, mais multa de 25,1 milhões de euros para Rosell, e pagamento de indenização e multa para o Barcelona, no valor total de 33,6 milhões de euros. EFE

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