Juíza ordena prisão de filho do diretor da companhia aérea LaMia

  • Por EFE
  • 10/12/2016 14h17
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Reprodução Twitter Avião da LaMia que há um ano levaria elenco da Chapecoense à Colômbia

A juíza boliviana Claudia Castro ordenou a prisão do ex-diretor de Registro Aeronáutico Nacional da Direção Geral de Aeronáutica Civil, Gustavo Vargas Villegas, que também é filho do diretor-geral da LaMia. A detenção preventiva de Villegas faz parte das investigações pela queda do avião da companhia aérea com a delegação da Chapecoense na Colômbia.

O ex-funcionário da DGAC foi acusado pelos supostos crimes de “uso indevido de influências, negociações incompatíveis com o exercício de funções públicas, e descumprimento de deveres”, disse o procurador do Distrito de La Paz, Edwin Blanco. Sendo diretor do Registro Aeronáutico Nacional, Villegas autorizou em 2014 a importação e matrícula provisória do avião da LaMia, explicou o procurador do caso, Daniel Ayala.

Villegas também é acusado de uso indevido de influências e de negociações incompatíveis com o exercício de funções públicas por seu vínculo familiar com o diretor-geral da LaMia. “Sobre o cometimento do crime de descumprimento de deveres, o acusado não se escusou do conhecimento do assunto mediante resolução motivada, dando via livre ao trâmite realizado por seu pai em representação da Lamia”, acrescentou Ayala.

O Ministério Público também informou que indiciou formalmente a ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea, Celia Castedo, que observou irregularidades no plano de voo da aeronave da Lamia no aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz.

Também foi indiciado o diretor de Operações da LaMia, Marco Antonio Rocha Venegas. Ele é acusado por “desastres em veículos de transporte, homicídio culposo e lesões gravíssimas” e Castedo está acusada pelos mesmos crimes, além de “descumprimento de deveres e uso indevido de influências”, afirmou a diretora nacional Anticorrupção da procuradoria, Fanny Alfaro. A procuradoria solicitou que ambos sejam declarados “à revelia”.

Castedo, que pediu refúgio no Brasil, denunciou em carta divulgada na quinta-feira que foi alvo de pressões de seus superiores na AASANA para mudar o conteúdo do relatório com observações ao plano de voo da LaMia.

A técnica apresentou cinco observações ao plano de voo e as reportou em três ocasiões à companhia aeronáutica, a primeira duas horas antes da decolagem e a última 20 minutos antes.

Castedo assegurou que avisou à companhia aérea dos problemas do plano de voo porque eles eram os responsáveis de corrigi-las, mas não fica claro se alertou dos problemas detectados a seus superiores da AASANA antes que o voo decolasse.

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