Kaká revela dores, mas resiste a adeus: “Ceni, Cafu e Maldini são exemplos”
A imagem que se tem é a daquele menino de 21 anos, visivelmente emocionado, segurando a taça da Copa do Mundo sentado nos ombros do zagueiro Lúcio. Mas Kaká cresceu. Quase 14 anos depois de faturar o penta, o craque já começa a se inspirar em amigos e lendas do futebol para vencer as dores e resistir à aposentadoria durante o máximo de tempo possível.
Em entrevista exclusiva ao repórter Marcio Spimpolo, da Rádio Jovem Pan, o último futebolista eleito o melhor do mundo antes de Messi e Cristiano Ronaldo contou que ainda não pensa em parar de jogar, mas revelou que a idade já está maltratando o seu corpo.
Kaká admitiu que não consegue mais entrar em campo sem sentir dores. “Cheguei a esse ponto“, afirmou. “A dor faz parte mesmo. É o tempo inteiro, todos os dias, em cada treinamento. Então, tenho feito treinos de prevenção para evitar as lesões e diminuir a intensidade das dores, mas elas chegaram”, revelou.
Kaká se manteve praticamente imune a lesões até 2009, quando se transferiu do Milan ao Real Madrid. Desde então, operou o joelho esquerdo, sofreu com problemas físicos e passou a batalhar contra pubalgias, que inclusive o fizeram jogar “baleado” na Copa do Mundo de 2010. Estas contusões certamente ajudaram a judiar do corpo do meia, que, hoje, espelha-se em três amigos e lendas do futebol para seguir pensando em jogar em alto nível.
“Eu sempre cito três jogadores como exemplos para mim: Cafu, Rogério Ceni e Maldini“, afirmou, tendo atuado ao lado dos três, seja no São Paulo, na Seleção Brasileira ou no Milan. “São atletas que, mesmo depois de conquistarem tudo e alcançarem o auge do futebol, continuaram com motivação, vontade de produzir e de conquistar vitórias até o fim da carreira. O que difere esses três jogadores dos outros é a força mental. Todos eles passaram dos 40 anos”, exemplificou.
Hoje, Kaká está à beira dos 34 anos. No Orlando City, dos EUA, desde 2014, o craque ainda se vê jogando por pelo menos mais duas temporadas – tempo de contrato que possui com a equipe americana – até cogitar se aposentar. “Eu estou super motivado ainda, feliz de treinar todo dia, viajar e entrar em campo com o meu time. Enquanto o prazer for maior do que a dor, eu vou continuar jogando. Quando a dor for maior que o prazer, aí vai ser a hora de parar“, encerrou.
O futebol implora para que ela demore a chegar…
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