Klinsmann lidera “geração alemã” nos EUA buscando melhor resultado do século
Treinador dos EUA
Klinsmann promete jogo duroQuando acertou contrato com a Federação de Futebol dos Estados Unidos (USS, na sigla em inglês), em julho de 2011, o treinador Jurgen Klinsmann tinha como principal objetivo reestruturar a seleção norte-americana. Três anos depois, o técnico alemão mostra ter sido a escolha ideal para liderar o projeto, comandando grupo repleto de estrangeiros e obtendo resultados significativos na Copa do Mundo no Brasil.
Após ser demitido do Bayern de Munique e passar dois anos sem treinar nenhum time, Klinsmann aceitou o desafio de comandar os Estados Unidos. Fã da cultura e do povo norte-americano, o treinador mudou a filosofia de futebol no país e passou a dar mais atenção aos “filhos renegados” da nação presidida por Barack Obama. Atletas nascidos em outros países, mas filhos de americanos, foram o principal foco do técnico para fortalecer a seleção.
Grande conhecedor do futebol alemão, o ex-centroavante voltou seus olhos para o país germânico e enxergou jogadores com potencial para contribuir com os Estados Unidos. Ao todo, quatro atletas nascidos em território alemão estão representando a equipe norte-americana nesta Copa: John Brooks, Timothy Chandler, Fabian Johnson e Jermaine Jones.
“Tenho muito orgulho de ser o técnico dos Estados Unidos nesta Copa e no futuro. É um momento excelente do futebol no país, o jogo está crescendo e os atletas sabem bem o que está acontecendo”, afirmou o técnico, que tem contrato até 2018.
Entre o quarteto chamado por Klinsmann, o principal destaque é o meio-campista Jermaine Jones. Criado nas categorias de base do Eintracht Frankfurt, o atleta atuou por grandes equipes da Alemanha, como Bayer Leverkusen e Schalke 04, e até mesmo defendeu a seleção de seu país de origem em alguns amistosos em 2008. Entretanto, sem jamais ter disputado um torneio oficial pelo time germânico, fez valer sua dupla cidadania e desde 2010 atua pelos Estados Unidos.
Johnson (Hoffenheim), Brooks (Hertha Berlim) e Chandler (Nuremberg), por sua vez, jamais atuaram por alguma franquia da Major League Soccer (MLS) e desenvolveram toda sua carreira no futebol alemão. O trio, porém, foi recrutado por Klinsmann, que ainda acumula o cargo de diretor-técnico na entidade norte-americana.
Ofuscado entre o quarteto alemão, o norueguês Mikel Diskerud completa o grupo de estrangeiros dos Estados Unidos. Nascido em Oslo, o meio-campista se formou como atleta disputando a liga de seu país e ainda acumulou passagem pelo Genk (Bélgica). Apesar disso, defende o selecionado norte-americano desde 2009, quando disputou o Mundial sub-20.
A principal aposta para o futuro do time comandado por Klinsmann, porém, tem origem no próprio Estados Unidos. Natural de Tampa, o atacante Julian Green acompanhou sua família em mudança para Alemanha ainda novo, aos dois anos. Em território europeu, chamou atenção do Bayern de Munique e se tornou um dos destaques dos juniores do clube bávaro, sendo convocado também para categorias inferiores da seleção germânica.
Aos 19 anos, o atacante teve conversa pessoal com Klinsmann e optou por atuar pela equipe profissional dos Estados Unidos. Agora, é apontado como sucessor do lendário Landon Donovan, maior artilheiro da história da seleção, da Major League Soccer e presente em três edições consecutivas da Copa: 2002, 2006 e 2010.
Em caso semelhante ao de Green, o também atacante Aron Jóhannsson rumou com seus pais a Islândia aos três anos de idade. O jogador atuou pelo time sub-21 do país europeu, mas no momento da profissionalização, foi convencido a atuar pelo país de origem de seu pai.
O projeto principal de Klinsmann era fortalecer os Estados Unidos para o Mundial de 2018, mas os resultados já estão aparecendo nesta Copa. A equipe garantiu a segunda colocação no Grupo G, atrás da Alemanha, e ficou à frente de Portugal e Gana. Se avançar nas oitavas de final, onde enfrenta a Bélgica, igualará as quartas de final alcançadas em 2002, sendo este seu melhor resultado neste século.
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