Kvyat admite que duvidou de si mesmo ao ser “rebaixado” e ironiza amizades na F1

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/11/2016 09h58

Piloto Daniil Kvyat durante visita à Arena Corinthians EFE Piloto Daniil Kvyat durante visita à Arena Corinthians

O russo Daniil Kvyat viveu experiência incomum na temporada 2016 da Fórmula 1. Antes da metade do campeonato, foi preterido pela Red Bull e precisou trocar de equipe. Acabou “rebaixado” para a Toro Rosso, espécie de time de acesso à escuderia maior, dona de quatro títulos mundiais. Perto do fim de uma tumultuada temporada, o piloto admite que duvidou de si mesmo ao ser obrigado a trocar de equipe e ironiza amizades na F1.

“Eu não estou na Fórmula 1 para fazer amigos. Você pode ter ilusões, mas no final do dia aqui é trabalho, não é algo pessoal”, afirma o piloto de 22 anos, que disputa sua terceira temporada na categoria. 

Kvyat não esconde a decepção ao falar dos “amigos” na F1. O cuidado com as relações na categoria foi uma das duras lições que ele diz ter aprendido na temporada. “Aprendi muita coisa neste ano: não há muitos amigos à nossa volta, você tem que manter o foco na sua pilotagem, mas também não pode se esquecer do que está acontecendo fora da pista. E o que acontece fora também afeta a gente dentro.”

A lição tem relação direta com a troca de equipe no início de maio. Kvyat fazia sua segunda temporada pela Red Bull, após iniciar sua trajetória na F1 pela Toro Rosso. Porém, o rendimento abaixo do esperado e trapalhadas na pista custaram sua posição na equipe maior. Sua situação ficou mais complicada quando atingiu duas vezes a Ferrari do alemão Sebastian Vettel, tirando o rival da prova ainda na primeira volta, no GP da Rússia. 

Insatisfeito, o chefe da Red Bull, Christian Horner, decidiu punir Kvyat com o “rebaixamento” para a Toro Rosso. E deu chance ao jovem holandês Max Verstappen. A reviravolta causou um choque no russo, que ainda precisou conviver com os bons resultados do piloto de 18 anos. Verstappen estreou na Red Bull com sua primeira vitória na F1 e depois acumulou seguidos pódios.

Kvyat prefere não comentar o rendimento do holandês com o carro que apresentou resultados irregulares nas quatro primeiras corridas do ano. “Não quero falar sobre isso porque o carro começou a ficar bom quando fizemos a troca. Não tem como saber como seria se não houvesse essa troca. Não faz sentido fazer qualquer comparação”, diz o russo. 

Incomodado com as comparações, ele admite que duvidou de si mesmo quando perdeu a vaga na Red Bull. E novamente reclamou das falsas amizades na categoria. “Eu tenho confiança na minha capacidade como piloto. Mas algumas pessoas me fizeram começar a duvidar de mim mesmo. Felizmente eu consegui me livrar destas dúvidas. E sei o quão bom eu sou. Hoje eu estou bem quanto a isso”.

“Depois do recesso de verão [europeu], tive que me esforçar para colocar a minha mente num bom nível para competir. Tinha que fazer boas corridas para convencer algumas pessoas de que eu ainda era bom piloto e para ganhar uma nova chance. E no próximo ano poderei mostrar todo o meu potencial na pista”, diz, referindo-se a renovação do contrato para seguir na Toro Rosso em 2017.

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