Laor detona Damião e justifica renúncia à presidência do Santos

  • Por Entrevista de Fabio Seródio/Jovem Pan
  • 15/05/2014 22h38
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Presidente entregou sua carta de renúncia na noite desta quinta. Ele sofre com problemas cardíacos e pulmonares

Folhapress Laor critica Damião e explica renuncia a presidência do Santos

Na noite desta quinta-feira, o presidente do Santos, Luis Álvaro De Oliveira Ribeiro, afastado do comando do clube desde 14 de agosto de 2013, anunciou a sua renúncia ao cargo, deixando o Odílio Rodrigues como presidente em caráter definitivo. Em entrevista exclusiva a Rádio Jovem Pan, Laor afirmou que a sua decisão se deu por conta do diagnóstico dado pelos médicos, informando que ele estaria praticamente cometendo “suicídio”. Chateado por não ser consultado sobre contratações, o dirigente disse que não contrataria o atacante Leandro Damião e que ele não tem futebol para nem ser reserva da equipe.

“É um profissional respeitável, mas não tem futebol para atuar nem entre os reservas do Santos. Ainda mais com o preço que custou, que deixou o time numa situação muito complicada nesse segundo semestre. Com o dinheiro gasto, teríamos trazido Diego e Robinho, o que incendiaria a torcida e daria uma qualidade técnica que o Damião jamais sonhou em ter”, declarou.

Com graves problemas cardíacos e pulmonares que o fizeram se afastar do poder, Laor revelou que não poderia mais conviver com o dia-a-dia de pressão que o cargo máximo do Peixe demanda.“Eu tenho uma fraqueza no coração por conta dos três enfartes e não geram força para abastecer o pulmão quando precisa de oxigênio. Então vida de pressão, polêmica e estresse não é algo que eu possa viver. Ele fez o atestado, consultei a minha família e o Odílio, decidi me afastar definitivamente”, explicou o agora ex-presidente do Peixe.

Citando as diversas mudanças que ocorreram na direção do clube enquanto esteve fora, Luis Álvaro se diz muito orgulhoso em ter se tornado o segundo maior vencedor da história do Santos em questão de títulos conquistados. “Estive no poder por apenas três anos. O primeiro foi o Athiê (Jorge Coury), que permaneceu por 23 e tinha o Pelé”, enfatizou o dirigente.

Presidente na safra que contou com Neymar e Ganso, Laor relembra que foi ele que construiu a base vitoriosa da equipe que venceu a Libertadores da América após anos na fila. “Eu sinto orgulho disso, mesmo que tenha quase custado a minha vida. Valeu a pena ter colocado no caminho de time grande”, afirmou emocionado.

O senhor de 71 anos aproveitou para alfinetar a atual gestão de Odílio Rodrigues, durante o quase um ano que esteve fora. Segundo ele, o Peixe vive um momento de decadência e espera que esse quadro seja revertido.

Perguntado sobre o sentimento de traição por Rodrigues, Laor afirma que essa não é a palavra certa para usar, mas que algumas coisas que aconteceram o deixaram muito aborrecido. “Eu não fui consultado nenhum dia sobre questões de contratações e dispensas nesse quase um ano que estou de licença”, reclamou. “Isso não implica em nenhum rompimento de amizade. O Odílio me liga de 20 em 20 dias para saber sobre minha saúde, mas não falamos sobre futebol”, completou.

Em dezembro deste ano, os sócios do clube voltam às urnas para eleger o novo presidente santista. Ainda sem candidatos confirmados, comenta-se que o próprio Odílio pretende permanecer e seu provável concorrente nesta briga seria o ex-presidente Marcelo Teixeira, que comandou o clube de 2000 até 2009, quando perdeu as eleições para a chapa de Laor e Odílio.

Texto de Adriano Alves

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