Leão critica comitê da CBF: “onde muita gente fala, pouco se aproveita”

  • Por Jovem Pan
  • 26/02/2016 17h26
Reprodução Emerson Leão 210612

Há cerca de dez dias, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) seguiu o modelo da Fifa e lançou o seu próprio Comitê de Reformas. Formado por 17 membros, ele atuará como uma espécie de órgão fiscalizador da entidade, que é constantemente ligada a casos de corrupção e teve um ex-presidente preso e outro afastado somente no ano passado. A medida, inicialmente, parece boa. Mas Emerson Leão não gosta dela. 

Em entrevista exclusiva a Mauro Beting para o Plantão de Domingo, da Rádio Jovem Pan, o ex-goleiro criticou principalmente a escolha das pessoas que integrarão o comitê. Entre elas, estão ex-bandeirinha Ana Paula de Oliveira, os ex-jogadores Ricardo Rocha, Carlos Alberto Torres e Edmílson, e o técnico já aposentado Carlos Alberto Parreira. O presidente do órgão? Será o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. 

“Se fossem 17 pessoas que entendessem de futebol, seria maravilhoso. Mas temos absoluta certeza de que não são. Então, eu acho que vai multiplicar demais, dividir demais, e, onde muita gente fala, pouca coisa se aproveita”, detonou Leão. “Nós estamos tendo que reconstruir o futebol no Brasil, porque ele está muito falho, muito fraco, e o torcedor está muito bravo com tudo isso. Faz muito tempo que deixamos de ser os melhores”, acrescentou o técnico. 

E as ressalvas de Leão não se restringiram ao Comitê de Reformas da CBF, que, ao que tudo indica, não será independente da entidade, como acontece na Fifa e parece ser o mais indicado. O ex-goleiro também direcionou críticas a um pensamento que, segundo ele, já está enraizado nos jovens brasileiros que sonham em jogar futebol. 

Hoje, todo mundo nasce para jogar na Europa. No meu tempo, a gente nascia para jogar e ter o prazer de ficar no Brasil. Por isso que o Brasil era muito forte. O nosso orgulho de representá-lo era gigante. Hoje, não. Eles crescem fora do país e não têm a filosofia brasileira de treinar e até de se relacionar no dia a dia. Até mesmo nas ruas. Eles desconhecem essa proximidade com o torcedor, decretou Leão, destemido como sempre.

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