Leão dispara: “futebol brasileiro está mais perdido que a política”
O ex-goleiro e treinador Emerson Leão, que dirigiu Palmeiras e Santos, finalistas do Paulistão de 2015, está afastado do futebol, mas não tem deixado de acompanhá-lo. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Leão analisou a situação do esporte no Brasil, garantiu não estar arrependido de deixar o São Paulo em 2005 e criticou Valdivia.
“Nós permitimos chegar até aqui. Um Brasil que perde de 7 numa Copa do Mundo em casa não pode falar nada, só calar a boca e trabalhar. A Seleção precisa ganhar uma Copa de maneira convincente para se recuperar, não só joguinho”, disse o ex-goleiro sobre o futebol brasileiro. “Um Brasil em que os ídolos são argentinos, uruguaios, colombianos… o que posso esperar de um futebol que não tem líder? O nosso futebol está mais perdido que a política”.
Sobre sua saída do São Paulo em 2005, quando deixou o time campeão paulista e que posteriormente venceria a Libertadores e o Mundial de Clubes, Leão não tem arrependimentos. “Há dívidas de coração que você tem de pagar. Não tem arrependimento. Saldei uma dívida que tinha com um jogador japonês que eu treinei e virou diretor, o time estava caindo, e pediu minha ajuda”, explicou, antes de dizer que o Tricolor teria o mesmo sucesso se ele continuasse no comando, pois o grupo era “maravilhoso”.
E para quem acha que Leão está incomodado por não estar treinando nenhum time, ele tem uma resposta. “Não estou preocupado. Não estou nem aí. Não quero mais treinar times. Fiz futebol por mais de 50 anos, com carteira assinada, e tenho de saber que substituí alguns ídolos e depois me substituíram também”, afirmou. “Houve convites ótimos (para treinar equipes), outros péssimos. No momento estou aprendendo a trabalhar com coisas fora do futebol, mas não falo que isso está encerrado. Mas está mais para trabalhar no exterior do que aqui”.
Por fim, o ex-treinador foi taxativo ao falar sobre o aproveitamento de Valdivia no Palmeiras. “Eu não teria essa paciência com ele. Na verdade, não é questão de paciência, é custo-benefício. É só pegar no fim do ano e ver o que rendeu e não rendeu e analisar. Acho que já passou da hora (de o chileno sair do Verdão)”, disse Leão.
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