Lenda do polo aquático critica falta de recursos e administração do esporte: “estamos à míngua”

  • Por Jovem Pan
  • 26/08/2015 23h27
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TORONTO, OT - 15.07.2015: JOGOS PAN AMERICANOS TORONTO 2015 - POLO AQUATICO - Josip Vrlic (BRA) na disputa da final do polo aquático entre Brasil e Estados Unidos nos Jogos Pan Americanos Toronto 2015 realizada em Toronto. (Foto: Andre Chaco /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 960124 Folhapress Seleção Brasileira ficou com a medalha de prata no Pan de Toronto

Léo Vergara, ou Léo Paraíba, foi um dos grandes jogadores de polo aquático do Brasil e agora trabalha como treinador no esporte que ama. Porém, ele não está feliz com o que tem acontecido com a modalidade no Brasil. A Seleção Brasileira descobriu que não poderá participar do Campeonato Mundial Sub-19 por falta de recursos. Em entrevista ao repórter Fredy Junior, da Rádio Jovem Pan, Léo expressou toda sua revolta com o descaso vivido pelo polo em terras brasileiras.

“A minha grande frustração é que ver que quando o Brasil monta uma seleção fabricada, que envolve muito dinheiro, esquece dos jovens, do futuro do esporte no Brasil. Quando eu soube da notícia de que o Brasil não iria participar do Campeonato Mundial Sub-19 e que eles foram jogados para escanteio por falta de dinheiro pensei: ‘opa, o que é isso? Como assim falta de dinheiro se estamos todos pagando muito ao treinador?’”, disse o ex-jogador.

Um dos casos de gastos é o salário do goleiro sérvio Slobodan Soro, além de outros jogadores estrangeiro que jogam no Brasil. “O pior de tudo é que não existe a transferência de conhecimento. O Soro, que é um goleiraço, está aqui no Brasil e até hoje não falei com ele. Nós não sabemos quem é o Soro, não sabemos quem é ninguém, porque esses caras não conversam com a gente”, afirmou.

Contundente, Léo Vergara não poupa o governo das críticas. “Não estamos preocupados com um país melhor, só com medalhas, e uma medalha justifica um monte de erros. Quando você vê que a preparação do Brasil é montada toda através de iniciativa pública, algo está errado”, disparou. “Vamos mudar tudo isso aí. A verdade é que não se pratica esporte neste país. O esporte é de elite, poucas pessoas têm a oportunidade de ser um campeão, de fazer alguma coisa. Cadê o Chico Buarque, cadê os atletas que são financiados pelo governo? Por que não falam nada? Nós não temos heróis, nós estamos sem ninguém, estamos à míngua. Eu queria saber qual lugar do mundo gasta tanto dinheiro com esporte quanto o Brasil. Nem os Estados Unidos (gastam)”.

A esperança do atual treinador para mudar a situação está justamente nos praticantes dos esportes no Brasil. “Existem as coisas ruins e existem as coisas maravilhosas, porque o povo brasileiro é maravilhoso. Nós temos uma associação de jogadores e ex-jogadores de polo aquático que amam o que fazem e estão absolutamente indignados e envolvidos para mudar a história. Quando isso (a ausência da Seleção no Mundial Sub-19) jorrou para todo mundo, eu fiquei maravilhado com a participação, o entendimento e a vontade de várias pessoas de ajudar”, concluiu.

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