Luís Álvaro diz que vendeu Neymar pelo “valor possível” e critica pai do craque

  • Por Jovem Pan
  • 29/11/2015 15h31
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Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, presidente do Santos, durante coletiva sobre o jogador Paulo Henrique Ganso e o fim de time feminino do Santos, no CT Rei Pelé, em Santos, SP. (Santos, SP, 03.01.2012. Foto de Marcelo Machado de Melo/Fotoarena/Folhapress) Folhapress Luís Álvaro acredita que o Santos obteve o máximo possível com a confusa venda de Neymar para o Santos

Presidente do Santos até maio de 2014, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, também conhecido como Laor, tem visto seu nome voltar a público por conta das complicações da venda de Neymar ao Barcelona. A negociação, ocorrida em 2013, é alvo da Justiça espanhola por conta de suposta alteração dos valores reais para sonegação de impostos. Além disso, há confusão envolvendo empresas do pai do jogador e a sensação de que a transferência ainda guarda muitos segredos. Para esclarecer alguns deles, o ex-presidente santista falou com Wanderley Nogueira e Flávio Prado, da Rádio Jovem Pan.

Segundo Laor, o valor obtido pelo Santos com o passe de Neymar foi o “possível”. “Se a gente relembrar as circunstâncias, no primeiro semestre de 2013, o Neymar tinha caído muito de produção. Chegou um momento em que todo o trabalho que tinha feito para convencê-lo a ficar mais tempo no Brasil, a amadurecer, e sair como um grande ídolo nacional, estava perdendo o efeito. Ele tinha mais alguns meses de contrato com o Santos. Mais cinco meses e ele poderia assinar com qualquer equipe estrangeira sem que remanescesse ao Santos o direito a qualquer importância”, disse Luís Álvaro.

O dirigente então lembrou do montante pago pelo Barcelona a Neymar e seu pai em 2011. “Ainda perguntei para ele: ‘para qual time você gostaria de ir?’. Ele disse que preferia ir para o Barcelona. Mal sabia eu que em 2011, antes da final (do Mundial de Clubes), ele já tinha assinado um documento com o Barcelona e recebido 10 milhões de euros. Inventaram que era como se fosse um empréstimo, o que é muito estranho, porque os clubes de futebol não são bancos. Na verdade já era um pré-contrato, o que é proibido pela Fifa, porque só poderia fazê-lo seis meses antes do encerramento do contrato com o Santos, e ele se aproveitou dessa ignorância de todo mundo a respeito do que tinha sido o fato e pegou dinheiro na mão, 10 milhões de euros, que não fazem mal a ninguém”, ironizou Laor.

O ex-presidente ainda comentou uma carta que o pai de Neymar usou para dizer que estava liberado pelo Santos para negociar o passe do filho. “Claramente não poderia, porque se vocês examinarem a carta que ele levou pronta, eu fiz absoluta questão de colocar a ressalva de que isso só se poderia dar depois de 2014, respeitados os direitos que o Santos tinha porque o jogador estava sob contrato em vigor. O que ele alegou na época, e depois a gente ficou sabendo, é que ele não poderia ser impedido de conversar com ninguém. Eu não tinha condições de impedir. A carta era uma carta que para mim e para o meu jurídico não tinha efeito nenhum, tanto que o Santos está indo à Fifa para fazer respeitar seus direitos”, concluiu Luís Álvaro.

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