Luxemburgo, exclusivo: “fiquei esse tempo parado porque eu quis”

  • Por Jovem Pan
  • 02/06/2017 15h39

Vanderlei Luxemburgo ficou quase um ano desempregado antes de assinar com o Sport

Marlon Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo Vanderlei Luxemburgo ficou quase um ano desempregado antes de assinar com o Sport

Vanderlei Luxemburgo está mais afiado do que nunca. De volta ao futebol brasileiro após quase 700 dias, o técnico de 65 anos, novo comandante do Sport, tem fome. De conquistar títulos e de provar – àqueles que o criticaram pela falta de bons trabalhos recentes  que ainda tem muita lenha para queimar.

Em entrevista exclusiva a Nilson Cesar que vai ao ar no próximo Plantão de Domingo, na Rádio Jovem Pan, Luxa abriu o jogo.

O técnico mais vencedor da história dos Campeonatos Brasileiros revelou o que espera do retorno ao futebol nacional, cobrou maiores ambições ao Sport e disse que ficou sem emprego desde a demissão na China, em junho do ano passado, por opção própria.

Eu sei da minha capacidade profissional… Fiquei esse tempo afastado porque eu quis. Tive diversas propostas para poder voltar ao futebol, mas não era o momento, eu estava com a minha família... Agora, era o momento certo para voltar”, afirmou.

Confira, abaixo, a entrevista exclusiva de Nilson Cesar com Vanderlei Luxemburgo. 

Por que ficou parado desde que voltou da China?  

“Esse tempo que eu dei foi porque eram muitos anos direto, sem férias. Uma semana de férias por ano. Então, quando voltei da China, resolvi dar um tempo para a minha família, tinha um problema de doença nela, isso nos deixou um pouco preocupados… Mas já resolvemos, e agora era o momento certo para voltar. A família deu o aval, então eu voltei“.  

O que tem a falar às pessoas que dizem que você está desatualizado?  

“Nada (risos). Isso é conversa que existe. Eu não tenho de dar resposta para ninguém só porque acham isso ou aquilo… É uma cultura nossa. Não vamos mudar a cultura do Brasil, de respeito às pessoas, de conhecimento, de melhor interpretação. Aqui, as pessoas criam alguns conceitos, e esses conceitos têm de prevalecer. O cara chega a um período de experiência na carreira, e os caras acham que ele está velho. Aí tem de botar o novo… Mas o mais novo não tem experiência. Aí volta o experiente… É cultural! Eu sei da minha capacidade profissional… Fiquei esse tempo afastado porque eu quis. Tive diversas propostas para poder voltar ao futebol, mas não era o momento, eu estava com a minha família. Não tenho de dar resposta para ninguém. Não vou ficar trazendo essas coisas para dentro de mim, não tem nada a ver.”

Por que aceitou a proposta do Sport?  

“O Sport é um projeto diferente. Um grande clube do Nordeste, forte, com potencial grande, e a ideia é trazer o Sport com um uma competividade maior para competições nacionais e internacionais. É um momento diferente da carreira, mas que tem tudo para dar certo“.  

Como está se sentindo no Recife? É a primeira vez que você trabalha no Nordeste… 

“Estou muito tranquilo. O Nordeste é uma parte do Brasil em que a alegria está constante com o povo. Eu comprei um apartamento em Alagoas, estou sempre indo para lá, e é outro mundo… Eles se divertem e vivem alegres com muito pouco. Às vezes, nós queremos muito para ficar alegres, e eles estão sempre com um sorriso no rosto, são muito amáveis… Foi muito legal um técnico com a história que eu tenho no futebol, as coisas que eu conquistei, vir aqui para o Nordeste, para poder somar alguma coisa e, quem sabe, contribuir de uma certa maneira com o futebol daqui. 

O que espera fazer no Sport? Ser campeão é difícil… 

“Essa é outra cultura do Brasil, né? Aqui, só vale quem bate campeão… Aí você vê o Manchester City brigando por vaga na Champions, o Arsenal lutando por vaga na Champions... Aqui no Brasil, se você briga por uma vaga à Libertadores, não é o projeto ideal. As últimas equipes que eu treinei, quase todas levei para a Libertadores. Aí, as pessoas falam: ‘mas isso é pouco para o Luxemburgo… Tem de ser campeão‘. Só um bate campeão! E, se você pegar os números, eu ganhei cinco Brasileiros. Sou o recordista de títulos brasileiros. Aí você pega o Alex Ferguson, que ficou 30 anos no Manchester United, e vê quantos títulos ele conquistou… Então, é isso… Primeiro, eu quero levar o Sport à zona de classificação à Libertadores. Depois, se tiver lá, entre as seis primeiras equipes, tentar brigar por alguma coisa maior.” 

O que projeta para Campeonato Brasileiro? Equilíbrio a o fim? 

“Se você pegar as análises que estão sendo feitas, já tem o grupo que vai para a Libertadores e o que vai cair, né? (risos). Ainda é muito precoce falar isso… Mas já tem um desenho pré-campeonato, de quais equipes vão brigar por título e quais vão brigar por outras situações. Eu quero conscientizar o pessoal daqui que nós temos de sair desse conforto que é manter a equipe na primeira divisão e tentar sair para um algo mais. Mas tudo, com certeza, vai ser resolvido só na reta final.

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