“Mafia do Apito” completa 10 anos; relembre casos de manipulação no futebol

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2015 10h01
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Montagem/Reprodução Ao longo da história

Exatamente 10 anos atrás, o árbitro Edilson Pereira de Carvalho era preso acusado de manipular resultados de jogos do Campeonato Brasileiro de 2005, no caso que ficou conhecido como a Máfia do Apito. O escândalo que manchou o Brasileirão daquele ano, conquistado pelo Corinthians, foi denunciado pela revista Veja e beneficiava empresários que, ao saber o placar das partidas, apostavam alto em sites. Além do ex-árbitro, que na época carregava o distintivo da Fifa, a polícia federal também prendeu o empresário Nagib Fayad, acusado de ser o mentor do esquema.

O caso Edilson Pereira de Carvalho surpreendeu o país, mas não foi o primeiro, nem o último escândalo de manipulação de resultado no futebol brasileiro e mundial. Relembre outros casos:

Itália 1980 – Paolo Rossi

Um dos países mais vencedores da história do futebol também ficou marcado por alguns escândalos ao longo dos anos. Em 1980, a polícia local descobriu um esquema que vendia resultados das partidas da Série A e B do Campeonato Italiano. O Caso resultou no rebaixamento de Milan e Lazio e dezoito jogadores foram punidos com suspensões de até três anos, entre eles o carrasco brasileiro na Copa de 1982, Paolo Rossi, que teve sua pena reduzida e conseguiu disputar o mundial na Espanha.

Brasil 1997 – caso Ivens Mendes e Atlético Paranaense

Muitos anos antes da Máfia do Apito, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Ivens Mendes, foi flagrado cobrando R$ 25 mil do presidente do Atlético Paranaense, na época Mario Celso Petraglia, sugerindo que o Furacão seria beneficiado em partida contra o Vasco pela Copa do Brasil. Mendes também apareceu cobrando cerca de R$ 100 mil do presidente do Corinthians, Alberto Dualib. Em ambos os casos, o dinheiro iria para campanha de Ivens para deputado federal nas eleições de 1998. Na oportunidade, o Atlético foi punido com a retirada de cinco pontos no Brasileiro.

Itália 2006 – rebaixamento da Juventus

Um ano depois do escândalo no Brasil, foi a vez da Itália presenciar um novo esquema de manipulação de resultados. O caso envolveu Juventus, Milan, Fiorentina, Lazio e Reggina. Os clubes foram acusados de esquematizar resultados de jogos selecionando árbitros que seriam adequados para cada partida. O esquema foi denunciado após escutas telefônicas do presidente da Juventus na época, Luciano Moggi. O escândalo resultou no rebaixamento da Juventus que ainda perdeu os dois últimos títulos italianos que havia conquistado em 2005 e 2006.

França 1993 – prisão do presidente do Olympique de Marselha

Prestes a disputar a final da Champions League de 93, o presidente do Olympique, Bernard Tapie, decidiu armar o resultado de uma partida do Campeonato Frances. No esquema, o Valenciennes perderia para o Marselha sem machucar nenhum jogador do adversário que dias depois disputaria o título europeu com o Milan. Tapie acabou preso por corrupção. A equipe francesa teve retirado o título nacional e, mesmo conquistando a Liga dos Campeões, perdeu o direito de disputar o Mundial de Clubes e a Liga do ano seguinte.

Libertadores 2013 – caso Amarilla Corinthians e Boca

No mais recente escândalo e que ainda não teve grandes conclusões, escutas telefônicas mostraram o ex-presidente da AFA, Julio Grondona, indicando o árbitro Carlos Amarilla para apitar Corinthians e Boca Juniors, pelas oitavas de final da Libertadores de 2013. Na oportunidade, Amarilla deixou de marcar dois pênaltis para o Timão e ainda anulou dois gols legais do alvinegro. Nas gravações, Grondona insinua que o árbitro paraguaio teria sido escolhido para favorecer o time argentino. Amarilla chegou a ser afastado pela Federação Paraguai de Futebol, mas logo voltou a apitar.

Alemanha 2005 – caso Robert Hoyzer

No mesmo ano em que Edilson Pereira de Carvalho agia no Brasileirão, o árbitro alemão Robert Hoyzer foi preso e confessou manipular jogos da Copa da Alemanha e da segunda e terceira divisões do país em 2004. Hoyzer tinha relações com apostadores croatas e estimou-se que o esquema envolveu cerca de 2 milhões de euros. O ex-árbitro assumiu o crime e acabou banido do futebol.

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