“Mágica e infernal”: trunfo histórico do Santos, Vila Belmiro completa 99 anos

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2015 13h12
SANTOS - SP - 24/04/2015 - ESTÁDIO URBANO CALDEIRA (VILA BELMIRO) - Fachada - Foto: Ricardo Saibun/DiarioSP Reprodução Inaugurada em outubro de 1916

Palco de grandes espetáculos e casa de grandes times, a Vila Belmiro completa 99 anos nesta quinta-feira (22). Histórico estádio do Santos, a Vila famosa se aproxima de seu centenário sendo cada vez mais importante para o Peixe.

Embora tenha sida inaugurada em 12 de outubro de 1916, a Vila só teve seu primeiro jogo em 22 de outubro, por conta das chuvas torrenciais que atingiram a cidade de Santos no início do mês. Querida por ex-jogadores, jogadores, comissão técnica e diretoria, o alçapão sempre foi um trunfo alvinegro que se mostra muito forte em casa.

“A Vila é magica! É diferente! Nós que jogamos ali conhecemos cada centímetro. E o adversário se sente intimidado. Você entra pra jogar contra o Santos, é complicado. Eu joguei contra o Santos pelo União São João, eu sei o quanto é complicado. Então, fora a qualidade que o time tem, existe a pressão que o torcedor exerce, é muito complicado jogar”, destacou o ex-lateral Léo, ídolo da torcida santista.

Já para o presidente do Peixe, Modesto Roma Junior, a casa alvinegra é um local sagrado para o futebol mundial: “é a nossa casa, o berço de muitos craques, de muita história. É um templo para futebol”, afirmou Modesto.

Seja no período de ouro do Santos, nos tempos de vacas magras ou em diferentes gerações dos “Meninos da Vila”, o alvinegro praiano sempre se mostrou muito forte no Urbano Caldeira. Atuando na Vila Belmiro em 2015, por exemplo, o Peixe tem desempenho de campeão e se tornou quase imbatível.

Em 2012, com a Vila lotada, o Santos reverteu a vantagem no Vélez na Libertadores

No Campeonato Brasileiro, o alvinegro fez 16 jogos na “vila famosa”, conquistou 13 vitórias, um empate e apenas duas derrotas. Na Copa do Brasil foram mais três jogos no estádio histórico, e três vitórias. Já no Paulistão, onde o Peixe sagrou-se campeão, foram oito jogos no Urbano Caldeira, com seis vitórias, dois empates e nenhuma derrota. Se considerarmos o desempenho da equipe depois da chegada de Dorival Junior, então, os números alvinegros ficam ainda melhores: em 13 jogos, foram 13 vitórias, 37 gols marcados e apenas 7 gols sofridos.

Modernizada há alguns anos, o casa santista já não tem mais os alambrados que permitam que torcedores pressionassem ainda mais os adversários. Ainda assim, tanto para Léo quanto para o presidente Modesto Roma, o estádio influencia tanto no desempenho dos donos da casa quanto de seus rivais.

“Intimida, a pressão é a mesma. É a Vila! Era ainda mais complicado. Agora é que colocaram camarotes. Eu, jogando no Santos, o que eu escutava quando tinha os alambrados, era complicado pra caramba. Agora está até mais tranquilo. Mas é absurdo. Eu imagino a Vila, podendo ampliar. Seria mais complicado ainda”, comentou Léo.

“Para nós é o céu, para os outros, o inferno. A Vila é um estádio urbano, e tem a coincidência do nome do estádio. Um dos poucos estádios urbanos como Pacaembu, o Couto Pereira, então, para chegar à Vila, já se sente o clima. É diferente de estádios mais afastados. Ali o clima acontece fora. A Vila é um caldeirão. Tem toda uma pressão de torcida, de ambiente. Talvez a água da Vila seja formadora de craques. É místico. E não contam os espíritos que vivem por lá”, afirmou o dirigente alvinegro.

No Paulista de 2011, o Peixe levou a final contra o Corinthians para a Vila e sagrou-se campeão no alçapão

A pressão exercida pela Vila Belmiro é algo valorizado pelo Santos. Planejando construir um novo estádio, o Peixe não pretende se desfazer de sua atual casa e ainda pensa em construir sua arena com a arquitetura parecida com a do alçapão, garante o presidente do clube.

“Ninguém pensa em tirar a Vila da vila. Talvez um estádio maior na mesma região. É isso que a gente busca. Acho que sim (o novo estádio teria arquitetura semelhante), no futuro vamos ter que discutir com os arquitetos. Mas com certeza, o espirito tem que ser o mesmo”, comentou o cartola.

Na Libertadores de 2008, o Peixe conquistou virada heróica contra o Cúcuta com a Vila lotada 

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