Magro demais? Por que Corinthians não fortalece o físico do prodígio Fabrício Oya

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2016 17h28
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Fabrício Oya tem 17 anos e Facebook/Reprodução Fabrício Oya tem 17 anos e

Principal nome da tão tradicional base corintiana, o jovem Fabrício Oya tem encantado a torcida alvinegra nos últimos meses. Dono de técnica refinada e enorme talento nas bolas paradas, o meia de 17 anos atua com destaque no time sub-20 e já até treinou entre os profissionais sob o comando do técnico Tite – o mesmo aconteceu recentemente, já com Cristóvão Borges. 

Quem vê o habilidoso meia de ascendência japonesa em campo, no entanto, ainda pode considerá-lo despreparado para estrear no time de cima. Não por falta de bola, mas pela carência física. Oya é baixinho e franzino, frágil até mesmo em relação aos meninos da equipe sub-20. 

Todos sabem que, no fim das contas, é quase sempre a técnica que decide em um campo de futebol. Mas, em tempos de intensidade cada vez maior e espaços cada vez menores, a força física também tem importância fundamental – vide as claras evoluções que Neymar, Gabriel Jesus e Lucas Moura apresentaram depois de ganhar massa muscular, por exemplo. 

Será que o Corinthians já promove trabalhos específicos para dar mais força ao seu maior prodígio? Técnico do time sub-20 alvinegro, Osmar Loss admitiu que não. E, em entrevista exclusiva a André Ranieri que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, explicou que tudo é calculado.

De acordo com Lossa comissão técnica alvinegra ainda não vê necessidade de forçar Fabrício Oya a ganhar massa muscular. A intenção é respeitar a natureza e não interferir na forma de jogar do garoto de 17 anos – que se movimenta com muita fluidez e, por enquanto, consegue compensar a fragilidade física com muita habilidade e visão.

Não vamos nos precipitar. O Oya é um jovem, e nós já tivemos experiência de jogadores que não reagiram bem ao aumento de intensidade do processo de força. Já aconteceu de atletas perderem em outros aspectos, como o técnico, por exemplo, e o movimento não ficar mais tão limpo… Entãovamos deixá-lo somente jogar. A adaptação física vai acontecer de forma natural“, justificou o treinador. 

“Não é que o Oya não tem força. Ele  tem é que se adaptar à velocidade e ao ritmo de jogo do sub-20. Só de estar treinando e jogando com a gente, já ajuda. O Oya vai sentindo que tem de tomar decisões um pouco mais aceleradas do que as que tomava no sub-17. É normal. O melhor nível de força física dele vai ser alcançado naturalmente“, acrescentou.

Veloz, destro e extremamente habilidoso, Fabrício Oya chegou ao Corinthians em 2011, após se destacar no futsal. Descendente de japoneses, o baixinho começou a escrever uma linda história já no time sub-17. Decisivo, foi campeão da Copa do Brasil, fez um dos gols da final do Mundial e balançou as redes duas vezes na decisão da Taça BH. O jovem também brilhou na Milk Cup, disputada na Irlanda, da qual foi artilheiro e eleito o melhor jogador. 

As excelentes atuações levaram o prodígio a treinar entre os profissionais e integrar o time sub-20. Hoje, a estreia no time principal parece questão de tempo – ainda mais devido à dificuldade que o Corinthians tem enfrentado para encontrar um meia armador desde a saída de dson para a China, no início do ano. 

Agenciado por Wagner Ribeiro (mesmo empresário que levou Robinho, Neymar, Lucas Moura e Gabigol para a Europa), Fabrício já despertou o interesse de clubes como Manchester United e Liverpool. Por enquanto, porém, não parece disposto a sair do Brasil – apesar de, segundo o seu agente, ser “uma mistura de Neymar, Kaká e Robinho”.

Osmar Loss não chega a esse nível de elogios, mas reconhece que Oya tem tudo para brilhar entre os adultos daqui a uns anos. É um menino realmente brilhante tecnicamente. Ele tem um potencial enorme na leitura do jogo e na parte técnica. A bola parada do Oya é muito importante para a nossa equipe. Ainda está se adaptando ao sub-20 para se preparar melhor e, quem sabe, fazer parte do elenco profissional do Corinthians em um futuro próximo. Vamos aguardar”, ponderou.

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