Maior sobrevivente da F-1, Niki Lauda completa 67 anos de idade

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2016 08h54
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Twitter/Reprodução Consagrado na Ferrari

Três títulos mundiais, personalidade forte, carisma acima da média e uma história –literalmente – cinematográfica: “maior sobrevivente da história da Fórmula 1”, o ex-piloto Niki Lauda completa 67 anos de idade nesta segunda-feira (22).

Lenda viva do esporte mundial, Lauda se consagrou, não só ao conquistar três campeonatos nos tempos áureos da F-1, ao superar um dos principais acidentes da história da categoria em uma época em que era absolutamente comum a morte de pilotos durante as corridas.

“O Niki Lauda por si só é um tricampeão e isso faz dele sensacional. No caso dele, o que o diferencia dos outros tricampeões como Senna, Hamilton, Piquet, é que ele é o maior sobrevivente da história da Fórmula 1. Sofreu o acidente mais grave da história entre os pilotos sobreviventes, e voltou (a competir). Ele foi um grande sobrevivente e isso faz dele algo muito especial. Por isso virou filme. A forma como isso aconteceu dá para a vida dele um componente cinematográfico”, comentou o jornalista Felipe Motta, da rádio Jovem Pan.

Nascido em 22 de fevereiro de 1949, o austríaco chegou a Fórmula 1 em 1971 e, após início ruim na categoria, chegou à Ferrari em 1974, onde se consagrou, tornando protagonista na categoria nos anos 70 e 80. Campeão em 1975, 1977 e 1984, Lauda disputou 177 corridas, vencendo 25 provas.

“É um cara que sabia muito de carro, fazia muita cosia por conta dele mesmo, um batalhador. Tecnicamente era muito bom e sempre foi muito debochado. Até hoje dá entrevistas ácidas”, destacou Felipe Motta.

Em 1976, quando já tinha um título mundial, um grave acidente marcou a vida e a pele do aniversariante do dia para sempre. Lauda bateu durante o GP de Nurburgring, seu carro pegou fogo enquanto o austríaco ficou preso nas ferragens. Retirado do carro, Lauda foi levado ao hospital em estado gravíssimo e chegou a recebe a extrema unção de um padre enquanto esteve internado. Pouco mais de 40 dias depois, porém, Niki estava de volta às pistas, lutando pelo título daquela temporada, história retratada no filme Rush, no Limite da Emoção, que conta a história de Niki e seu “rival” James Hunt. O acidente impediu que a conquista viesse em 76, um ano depois, porém, veio o bicampeonato, em seu último ano na Ferrari.

“Se pudesse ressaltar duas coisas que tornaram ele tão especial seriam: ele sofrer o acidente mais grave e voltar e ser um cara longevo, presente até hoje. Ele ainda está lá numa posição tão importante”, ressaltou Felipe Motta.

“Para mim, a grande marca do Lauda quando alguém fala dele é: um cara que sofreu um acidente, ele pegou fogo e, mais do que voltar e ainda ser campeão, ele voltou 45 dias depois”, completou.

Depois de um período na fraca Brabham, em 82 Lauda, já veterano, chegou a McLaren onde conseguiu mais um feito histórico. Em 84, Niki Lauda teve a missão de segurar o jovem e muito promissor Alain Prost – que mais tarde se tornaria tetracampeão mundial – para conquistar seu terceiro título na F-1.

“Ele ganhou duas vezes com a Ferrari, ganhou do Prost no auge e ele já mais velho, na McLaren”, destacou Motta.

“É impossível você ver o Lauda e não se emocionar, vendo ele você vê um museu. Ver o Prost é legal? É muito legal. Mas é diferente. No Prost você vê o campeão, no Lauda você vê o campeão e o sobrevivente. Isso faz dele um cara muito especial”, disse o comentarista da Jovem Pan.

Apaixonado pela velocidade, Lauda hoje é presidente não-executivo da Mercedes, equipe que conquistou os dois últimos títulos de construtores.

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