Mais caros da história, Jogos de Inverno de Sochi começam nesta 5ª feira
Adrian R. Huber.
Redação Central, 5 fev (EFE).- Serão 88 os países representados nos Jogos Olímpicos de Inverno mais caros da história, os de Sochi (Rússia), onde nesta quinta-feira as competições terão início e no dia seguinte acontecerá a cerimônia de abertura.
Sochi, balneário às margens do Mar Negro onde nasceram o ex-tenista Yevgeny Kafelnikov e o ex-jogador de futebol Igor Lediakhov, será a sede oficial de uma edição dos Jogos de Inverno cujo epicentro se encontra, na verdade, na cidade de Adler, praticamente anexa à anterior. Em Adler ocorrerão todas as modalidades de gelo: a patinação artística, a patinação de velocidade, o hóquei e o curling.
Já as disputas na neve acontecerão nas montanhas do Cáucaso, em Krasnaya Polyana, onde terão destaque as provas da principal modalidade de inverno, o esqui alpino.
Situada 1.360 quilômetros ao sul de Moscou, Sochi foi escolhida como sede em 2007, em reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI) na Guatemala. A cidade russa derrotou Salzburgo (Áustria) e PyeongChang (Coreia do Sul), que receberá o evento em 2018.
Ao contrário da própria PyeongChang, que precisou de três tentativas até ser eleita, e de tantas outras, Sochi foi escolhida logo em sua primeira candidatura, algo que muitos atribuem à presença do poderoso presidente da Rússia, Vladimir Putin, em território guatemalteco na reunião de quase sete anos atrás.
Sede dos Jogos de verão de 1980, através de Moscou, ainda como parte da União Soviética, a Rússia organiza os Jogos de Inverno pela primeira vez. E faz iss sem restrição alguma nas despesas.
O orçamento inicial, de US$ 12 bilhões, disparou até os US$ 50 bilhões, o que faz destes os Jogos de Inverno mais caros da história. Foram gastos US$ 41,7 bilhões a mais que o valor desembolsado por Vancouver (Canadá), que recebeu a edição anterior do evento, em 2010.
Até o momento, mais que de competição, falou-se de todo tipo de questões extradesportivas. Especialmente de corrupção, terrorismo e homofobia. Sobre Sochi pende a ameaça de atentados, como as agressões suicidas que ocorreram em dezembro em Volgogrado – que não tiveram relação com os Jogos, como foi confirmado posteriormente.
A Rússia não enfrenta apenas os problemas derivados dos conflitos territoriais na Chechênia e no Daguestão. Também estão relativamente recentes os da Ossétia do Sul e da Abkházia, república que busca a separação da Geórgia e que é muito próxima de Adler.
Devido a isso, os Jogos de Sochi serão marcados por medidas de segurança extremas. Na área olímpica, por exemplo, haverá 60 mil homens do exército russo.
A corrupção ajudou a eelvar o custo da organização, e alguns ativistas pediram o boicote a um evento que consideram homofóbico. O prefeito local, Anatoly Pakhomov, tentou diluir a polêmica de forma peculiar, ao declarar que os homossexuais seriam bem-vindos enquanto não tentassem “impor seus costumes”. Para piorar, ainda garantiu que na cidade não há gays.
Mas também se falará – e muito – sobre esporte. Os Jogos de Sochi serão o primeiro grande evento com o alemão Thomas Bach, eleito em setembro do ano passado em Buenos Aires, na presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Nesta quinta acontecerão as primeiras provas em Sochi. A distribuição de medalhas, no entanto, terão início apenas no sábado, com a final do slopestyle masculino, cuja principal estrela, Shaun White, anunciou sua desistência nesta quarta-feira. Haverá pódio em 98 provas, 12 delas novas.
Em abril de 2011, o COI aprovou a entrada no programa olímpico da prova por equipes de patinação artística, os saltos femininos de esqui nórdico, os revezamentos mistos do biatlo, o halfpipe do snowboarding e do esqui estilo livre – masculino e feminino – e o revezamento por equipes do luge.
Três meses depois, a entidade acrescentou outras seis especialidades: o slopestyle, tanto de esqui estilo livre quanto de snowboarding, no qual também incluiu o slalom paralelo. Todas elas serão disputadas no masculino e no feminino.
No total, 88 países, seis a mais que em Vancouver, competirão em Sochi. A maior delegação será a dos Estados Unidos, com 230 atletas, cinco a mais que a anfitriã e nove a mais que o Canadá, que há quatro anos ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas em casa. Na ocasião, os grandes vencedores em termos individuais foram a esquiadora norueguesa Marit Bjoergen, que obteve três ouros, uma prata e um bronze, e a patinadora chinesa Wang Meng, campeã em três provas.
A programação dos Jogos de Sochi é formada por 15 modalidades, lideradas por esqui alpino, patinação artística, hóquei no gelo e esqui estilo livre. Também haverá disputas de biatlo, bobsled, esqui cross-country, curling, luge, combinado nórdico, salto de esqui, patinação de velocidade (em pista longa e pista curta), skeleton e snowboarding. EFE
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