Mancini pede tratamento igual a técnicos de fora e nacionais: “se um daqui usar bilhetinhos, vira chacota”

  • Por Jovem Pan
  • 15/10/2015 22h54
NATAL,RN,18.09.2015:ABC-VITÓRIA - O técnico Vagner Mancini do Vitória durante a partida entre ABC RN e Vitória BA válida pela Série B do Campeonato Brasileiro 2015 no Estádio Frasqueirão em Natal (RN), nesta sexta-feira (18). (Foto: Frankie Marcone/Futura Press/Folhapress) Folhapress Vivendo bom momento no Vitória

Com passagens Grêmio, Botafogo, Vasco e Cruzeiro, Vagner Mancini é um treinador jovem, de apenas 48 anos, que acumula grande experiência no futebol brasileiro. Até por isso ele, que está perto de levar o Vitória de volta à Série A do Brasileirão e briga pelo título da segunda divisão com o Botafogo, tem conhecimento para falar sobre o assunto. Foi o que fez em entrevista ao repórter Raphel Thebas, da Rádio Jovem Pan.

Um dos assuntos abordados foi a vinda de técnicos estrangeiros ao Brasil. “Eu não tenho nada contra. Acho que essa liberdade de mercado deve existir. O que a gente não concorda é com a paciência que se tem com esses treinadores e que não se tem com os técnicos brasileiros. Gostaríamos que todo mundo tivesse o mesmo tratamento”, disse Mancini. “É óbvio que são pessoas que têm muito a entregar pra gente porque você acaba vendo metodologias diferentes, formas de jogar diferentes, e isso agrega valor ao que está sendo feito no Brasil”.

Para exemplificar, o ele citou o ex-técnico do São Paulo, Juan Carlos Osorio, por meio de seus “bilhetinhos” escritos durante os jogos. “Eu acho que se qualquer técnico brasileiro estivesse em qualquer time grande do Brasil distribuindo bilhetinhos, o que eu respeito, a paciência seria outra, seria mais cobrado e seria até motivo de chacota. Volto a dizer: respeito (os bilhetes), acho que é uma maneira de trabalhar, e ninguém é dono da verdade. Mas é óbvio que a gente quer o mesmo tipo de tratamento para os brasileiros”, reiterou.

Sobre o trabalho de Dunga na Seleção Brasileira, Mancini ressaltou os problemas vividos pelo treinador. “Nós temos que admitir que a missão do Dunga está muito dificultada por uma série de problemas, não só de ordem administrativa e estrutural, mas também de safra, de geração. O Brasil não tem hoje uma Seleção que seja superior às outras, como era antes”, analisou o técnico. Para ele, é difícil evitar que problemas políticos dos clubes e da Seleção entrem em campo. “Não tem como desassociar o que você vê no cotidiano do futebol. O futebol acaba sendo o reflexo de muita coisa que nós vivemos na nossa cultura”.

Apesar de viver um bom momento no Vitória (a equipe está na segunda colocação no Brasileirão da Série B com 55 pontos; o Botafogo é o líder com 56 e um jogo a menos), Vagner Mancini ainda não sabe o que será de seu futuro. “O meu contrato se encerra no último jogo, em 28 de novembro. Nós não sentamos ainda para discutir nada, até porque não tem nada decidido ainda. O Vitória tem uma bela chance de subir e voltar para a Série A. Estamos disputando ponto a ponto com o Botafogo, nossa intenção é subir com o título, e aí depois, com calma, vamos sentar e ver o que é oferecido pelo Vitória e no mercado em termos de oportunidades, não só no aspecto financeiro”, concluiu.

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