Mancini questiona ofertas de empréstimo à Chape: tem time que só quer se ajudar
Vagner Mancini vai começar a trabalhar à frente da Chapecoense a partir do dia 3 de janeiro
Vagner Mancini vai começar a trabalhar à frente da Chapecoense a partir do dia 3 de janeiroApresentado na última sexta-feira como novo técnico da Chapecoense, Vagner Mancini não citou nomes, mas indicou que clubes brasileiros têm tentado se aproveitar da tragédia da equipe catarinense para resolver os “seus próprios problemas”. Em entrevista exclusiva a Wanderley Nogueira que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, Mancini afirmou que apenas alguns times estão de fato comprometidos a ajudar a Chapecoense com o empréstimo gratuito de jogadores.
“Sobre essa questão… Tem os dois lados, né? Alguns clubes realmente ofereceram atletas e se comprometeram a pagar os salários. Isso é ajuda. Mas outros querem resolver os seus próprios problemas, mandando atletas que já não ficariam nos respectivos clubes“, criticou o treinador. “É muito fácil mandar jogadores que estão fora do planejamento para 2017… A Chapecoense não quer isto. Ela quer atletas interessados, que sejam competitivos. A ajuda só é bem-vinda quando se quer, de fato, ajudar. De quem quer se beneficiar com essa situação, nós vamos buscar no mercado atletas que entendemos que vão nos dar resultado“, acrescentou, rejeitando a possibilidade de aceitar “refugos” de outras equipes.
Há duas semanas, quando o avião que levava a delegação da Chapecoense caiu nas proximidades do aeroporto de Medellín, na Colômbia, alguns clubes brasileiros se uniram e publicaram nota oferecendo ajuda à equipe alviverde. Atlético-PR, Botafogo, Coritiba, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Palmeiras, Portuguesa, Santos, São Paulo e Vasco se disponibilizaram a ceder atletas de graça à equipe de Chapecó e também pediram para que a CBF desse imunidade de três anos ao clube catarinense na Série A.
A Chapecoense recusou a imunidade, é verdade, mas se mostrou inclinada a aceitar o empréstimo gratuito de atletas. O elenco atual, afinal, tem menos de dez nomes, o que vai obrigar o clube a contratar no mínimo 20 jogadores para a próxima temporada. A questão, no entanto, é que a Chape não quer contar apenas com os atletas oferecidos pelos outros clubes. De acordo com o presidente Ivan Tozzo, a equipe catarinense respeitará o critério de contratações adotado nos últimos anos, não vai ultrapassar o teto salarial do elenco e muito menos abrirá mão do poder de escolha dos reforços.
Mancini compartilha da mesma opinião de Tozzo. E, por isto, só vai aceitar o empréstimo de jogadores que estiverem comprometidos com o projeto de reconstrução da Chapecoense. Até o momento, somente o zagueiro Douglas Grolli, do Cruzeiro, está acertado para 2017. O defensor de 27 anos, revelado pela própria Chapecoense na década passada, vai ser cedido à equipe catarinense por uma temporada e terá 80% do salário pago pelo time mineiro.
Vagner Mancini sabe que o simples encaminhamento de uma contratação ainda é muito pouco para um clube que vai disputar sete competições em 2017 e terá de contar com ao menos 23 atletas no próximo mês. Porém, já está trabalhando para acelerar o processo. “Precisamos ter rapidez e eficiência, porque as competições começam daqui a pouquíssimo tempo. Tudo está sendo feito com muito cuidado, mas, também, com certo risco, porque temos de ter um time para jogar já em 25 de janeiro“, afirmou.
O desafio de reerguer a Chapecoense, no entanto, motiva o jovem treinador no trabalho mais importante da sua carreira. “Eu tenho que levantar a cabeça e fazer o melhor não só por todo mundo que estava naquele avião, como também por toda a cidade de Chapecó. A Chapecoense virou o segundo time de todos os brasileiros. Estou com muita vontade de me apresentar o mais rápido possível para voltar a trabalhar“, garantiu Mancini, que começa a atuar à frente da Chapecoense no dia 3 de janeiro.
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