Mar de sensações e arbitragem flexível: o que o São Paulo sentiu contra a Chape

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2017 17h25
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São Paulo e Chapecoense se enfrentaram pela segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior

Luciano Claudino/Estadão Conteúdo São Paulo e Chapecoense se enfrentaram pela segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior

Campeão de quase tudo com o time sub-20 do São Paulo, André Jardine experimentou novas sensações na última terça-feira, em Capivari. O técnico se viu obrigado a comandar uma equipe que poderia eliminar a Chapecoense da primeira competição disputada pelo clube catarinense depois da tragédia que vitimou 71 pessoas no fim de novembro, em Medellín.  

São Paulo e Chapecoense se enfrentaram pela segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em um jogo recheado de emoções. Multicampeão, o time tricolor não conseguiu vencer a forte marcação da Chape e acabou preocemente eliminado nos pênaltis após empate por 0 a 0 no tempo normal. 

Em entrevista exclusiva a Zeca Cardoso que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan, André Jardine revelou que foi um tanto quanto complicado duelar com a Chapecoense – e não só pelas questões referentes a campo e bola.

“Houve um mar de sensações naquele jogo“, definiu Jardine, com exclusividade, à Rádio Jovem Pan. A gente tinha a nossa torcida, os nossos objetivos, mas também havia uma torcida muito grande para eles, o nosso próprio sentimento em relação à Chapecoense... Foi um jogo bem atípico, um pouco estranho, até“, acrescentou. 

De acordo com o técnico, os jogadores e até a arbitragem sentiram os impactos psicológicos da tragédia de dois meses atrás. “Quando vi que iríamos que cruzar com a Chapecoense… Não foi uma sensação muito boa, não. Porque a Chapecoense é um clube que passou a ser querido por todos, e a gente torce pela recuperação mais rápida possível deles. Com certeza, não foi um jogo muito confortável para o São Paulo“, afirmou. 

Não dá para negar que atuar contra a Chape pode mexer de uma forma diferente com cada um. A gente percebeu… O ambiente do estádio, a torcida, a própria arbitragem muitas vezes sendo um pouquinho mais condescendente… Então, foi com certeza um jogo diferente“, complementou.

Jardine, no entanto, rechaçou a possibilidade de o São Paulo ter sido eliminado por questões emocionais. O técnico tricolor fez questão de dizer que a equipe catarinense teve os seus méritos pela classificação à terceira fase da Copinha  o jogo terminou empatado por 0 a 0, e a Chapecoense superou o São Paulo por 4 a 2 nos pênaltis.

O fator preponderante foi a parte estratégica”, argumentou. “A Chapecoense investiu em uma marcação individual dentro do seu próprio campo, e só deixou espaço para o nosso zagueiro jogar... Poucas vezes eu me lembro de ter enfrentado uma marcação tão justa, tão apertada, em todas as partes do campo. A nossa equipe encontrou muitas dificuldades. Chape teve uma atuação defensiva brilhante, conseguiu amarrar a nossa equipe e venceu nos pênaltisPassou muito mais pela estratégia...“, acrescentou. 

O sentimento que ficou depois da partida, é claro, foi o de decepção  até porque o São Paulo havia conquistado praticamente todos os torneios disputados antes da Copinha. “Com certeza (foi uma decepção). A gente gostaria muito de ter avançado, de ter feito uma campanha um pouco melhor, quem sabe chegar às finais. Tínhamos time e nos preparamos para isso... Mas, pela questão do jogo único, a Copinha tem essa dificuldade, essa característica, de, em algum jogo em que as coisas não dão tão certo, poder ser o fim da caminhada. Saímos de cabeça erguida, mas com um gostinho amargo, finalizou.

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