Maracanã vive dia de “invasão argentina” no retorno à Copa do Mundo
O Maracanã viveu neste domingo um dia de Estádio Monumental de Buenos Aires ao tingir-se de azul e branco com a invasão de milhares de argentinos que percorreram milhares de quilômetros, de avião ou carro, para conferir a estreia de sua seleção na Copa do Mundo diante da Bósnia.
Os mesmos torcedores que, nos últimos dias, ocuparam as areias e ruas de Copacabana se aglomeraram nos portões do estádio desde as primeiras horas da manhã, mesmo sabendo que Messi e companhia só entrariam em campo às 19h (de Brasília).
“Eu sou um fanatico pela Argentina e tenho fé que no dia 13 de julho vamos embora desse mesmo Maracanã com a taça”, afirmou à Agência Efe o auxiliar administrativo Juan Guanca que saiu de Salta, no norte da Argentina, com a amiga Verónica Maranõn para acompanhar de perto sua primeira Copa do Mundo.
“Na Argentina somos muito apaixonados pelo futebol e a verdade é que é um sonho viver tudo isso. É um projeto que vínhamos planejando há muito tempo”, acrescentou o torcedor, que tem ingressos para mais oito partidas do Mundial.
Houve, porém, quem não se planejou com tanta antecedência e ficou sem ingresso para a partida. Antes do jogo, essa era a situação dos estudantes de Direito Maximiliano Andino e Andrés Miranda, que saíram de carro de San Juan, junto à Cordilheira dos Andes, e encararam um viagem de cerca de 3.600 quilômetros até o Rio de Janeiro.
“Mesmo sem ingresso, eu fico aqui até a final. A Argentina será campeã do mundo. Temos barraca, gás, comida. Agora estamos em um apartamento que temos por quatro dias. Depois vamos acampar, ficar na praia, não sabemos ainda. Mas não vamos embora”, completou Andrés.
Entre os milhares de fanáticos por futebol também estavam os artistas de rua argentinos Constanza Angiolini e Eduardo Linares que aproveitaram a intensa movimentação nos arredores do Maracanã para mostrar seu trabalho de pintura facial.
“Vir a um Mundial é muito emocionante. Tivemos a oportunidade de estar na abertura e realmente vimos como os brasileiros apoiam aos outros e até aos argentinos. É muito emocionante mesmo estar aqui”, comentou Constanza.
Quem também estava do lado do estádio para demonstrar seu apoio à Argentina era o uruguaio Robert Gonzalez que, mesmo desanimado com a derrota de sua seleção na véspera, não quis perder a estreia dos vizinhos na Copa.
“Vim apoiar a Argentina, somos irmãos rioplatenses. Estive no jogo entre Croácia e Brasil torcendo pelo Brasil. Quero que o campeao seja um sul-americano”, declarou.
Em meio ao mar azul e branco, era praticamente impossível achar algum bósnio. Haris Muhic, de 16 anos, e o pai Amir eram um dos poucos representantes da torcida europeia no estádio. Antes de a bola rolar, os dois mostravam otimismo.
“É a primeira vez que nos classificamos. Isso é muito importante para um pais pequeno. São apenas três milhões de pessoas na Bósnia. A Argentina é a favorita hoje, mas nunca se sabe. Podemos ser os azarões dessa Copa”, afirmou Haris que irá com o pai aos outros jogos da Bósnia na primeira fase, em Cuiabá e Salvador.
E é claro que não poderiam faltar os brasileiros para tentar colocar água no chope da festa dos argentinos. Um dos mais animados era o empresário Carlos Alexandre Vilela, paramentado com as cores do Brasil e do Vasco da Gama.
“Já tenho ingresso para a final e, mesmo torcendo contra eles hoje, seria um sonho se o jogo fosse entre Brasil e Argentina”, concluiu.
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