Marco Aurélio Cunha diz que não acontecimento das eleições é “um erro de parte a parte”
O candidato da oposição à presidência do São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, desistiu de concorrer ao cargo e retirou a sua candidatura. O motivo da desistência seria a inclusão da votação da construção de uma cobertura no estádio do Morumbi na pauta eleitoral do clube. Com a desistência, não haverá o quórum necessário para votar. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Marco Aurélio Cunha, que era candidato a vice na chapa da oposição, afirmou que a atitude foi um “erro de parte a parte”.
“Erro de quem faz uma convocação incluindo a votação da cobertura, totalmente desnecessária quando você quer unir o clube e ganhar as pessoas. Eu liguei pro presidente, José Carlos Ferreira Alves, pedi para ele não pautar a mesma votação pra que os novos conselheiros pudessem se informar, que eles pudessem discutir, valorizar o mandato deles nessa votação. Conversei com o Leco, pedindo também que intercedesse, pra que isso não ocorresse, pra não macular uma eleição do São Paulo. (…) Enfim, uma coisa maior, grande, e não uma manobra estatutária de incluir a votação na eleição para ter o quórum e aprová-la”, desabafou o candidato da oposição.
Apesar de se decepcionar com o desfecho, Cunha não acha que a decisão arranha a imagem do clube, já que o fato faz parte da democracia e esse processo passar por “empurrões” e “arranhões”.
“Essa coisa de arranhar é pra coisa pequena. Quando você não é nada, ninguém sabe e ninguém viu. Quando você é grande, você sofre risco, arranhões, (…) tem momentos ruins e momentos extraordinários. A democracia, o questionamento, passa por empurrões e arranhões”, afirmou o candidato a vice da oposição.
Sobre a relação da oposição com o novo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, Cunha acha que é necessário colaborar com o presidente, mas o mandatário deve colaborar com a democracia.
“Ele tem que convocar as pessoas que têm legítimo direito, pelo voto do associado, a compartilhar, não digo das decisões, mas das questões a serem votadas. Não é “vou pôr pra votar porque eu tenho maioria.” Isso tem acontecido na Câmara e tem perdido. A melhor forma de você convencer é conversando (…). Esses últimos anos foram de uma atrocidade muito grande, do ponto de vista de votações e imposições. Eu acho que o Carlos Miguel não começou com felicidade nesta questão de manter essa pauta, hoje, dupla. Se ele tivesse feito a votação, eleito o presidente, (eu) seria o primeiro a chamar todos pra que colaborassem na votação da cobertura”, finalizou.
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