Mauro Beting comemora chegada à Rádio Jovem Pan: “Vambora? Eu vou”

  • Por Jovem Pan
  • 08/04/2015 12h50
Facebook/Reprodução Ao lado de seu pai

Novo contratado da equipe de esportes da Rádio Jovem Pan, Mauro Beting não esconde sua satisfação por iniciar essa nova etapa em sua carreira. Com 25 anos de jornalismo esportivo, Mauro se diz “garoto da pan”, e já tem data para estrear: dia 13 de abril.

Em seu blog, Beting destacou a felicidade por trabalhar no local em que seu pai, também jornalista Joelmir Beting, já falecido, trabalhou nos anos 1970, e destacou que cresceu ouvindo à Jovem Pan.

Leiam ao post de Mauro Beting:

Vambora, vambora

Eu lembro como se fosse ontem. Não hoje. A musiquinha tocando e eu brigando com ela e o sono.

– Vambora?

Eu queria era ficar na cama. E pra mim estava sempre frio naquela hora da manhã. Da madrugada. Hora de ficar na cama. Não de estudar no Lourenço Castanho que era ali do lado.

Eu tinha seis pra sete anos. Meu pai tinha 30 a mais. Eu o ouvia mais no rádio do que em casa. Eu o ouvia falando coisas incompreensíveis. Não por ser tão cedo. Mas por ser economia.

Ele comentava na rádio. Naquela hora era gravado. Mas ficou meio que impregnado em mim. Ainda mais quando em um sábado a gente foi no prédio da Miruna.

Foi em 1972. A minha primeira vez em uma redação e no estúdio. Lembro do meu pai apresentar o chefe Tuta. Lembro de um senhor brincando comigo e logo eu reconheci a voz.

Era o Alberto Neto. Ou o Alberto Júnior da Rádio Camanducaia. Do Show de Rádio do Sangirardi.

Era e é o meu amigo Odayr Batista. A primeira pessoa que reconheci pela voz do rádio. Mesmo que até hoje ele faça tantas e tão boas vozes quanto ele.

– Olha a hora.

Mas teve a hora de ir embora naquele dia. Em 1975 o meu pai saiu da rádio. Mas eu não saí daquela rádio. No fim dos jogos eu ouvia o melhor programa de humor e esporte que ouvi – o Show de Rádio. Melhor até que muitos daqueles jogos todos.

Bola rolando, eu ouvia o craque que falou meu nome em um jogo do Palmeiras em 1975.

– Alô, Mauro Alexandre. Quase-quase que o seu Verdão chegou lá.

E eu quase não dormi naquela noite com a mensagem do Osmar Santos.

Quase não dormi em madrugadas sorrindo com o Show de Rádio e chorando com os gols que Osmar, Edemar e Silvério não narraram. Ou mesmo o Fiori, Enio, Flávio não narraram na Bandeirantes.

Eu não tinha uma só rádio pra ouvir. Mas eu tinha só o rádio pra sentir o futebol. Ainda mais na hora em que eu não podia ficar acordado até tão tarde.

Ele me acompanhava até dormir. Ele me despertava até eu acordar – o que acontecia bem depois de eu levantar da cama.

Fui com Osmar. Fui com Silvério a partir de 1977. Fui com Joseval Peixoto sempre.

Claudio Carsughi. Randal Juliano. Orlando Duarte. Faustão. Cândido Garcia. Wanderley Nogueira. Flavio Prado. Luiz Carlos Quartarollo. Nilson César. Luciano Faccioli. Tantos da jovem Pan que eram ídolos e viraram colegas e amigos.

Tantos que a partir de segunda-feira são mais colegas e amigos. São companheiros de prefixo.

O rádio mudou como a nossa vida. Eu mudei para não ficar mudo. Falo muito. Até demais. Mas, na Pan, eu vou onde o meu time jogar. O meu time é a alegria da cidade. 

Eu vou aprender. Eu vou reaprender. Chego como aquele menino de 1972 no meio de tantas feras. Com o mesmo espírito de quem acha que rádio não é só cachaça. É a graça da comunicação que tanto fala quanto ouve. Do companheiro que vai com você em todo lugar.

Continuo no Fox Sports. No nosso LANCE! e no LANCENET! Escrevendo livros, dirigindo documentários, fazendo palestras e apresentando eventos.

Trabalho muito? Não. Me divirto bastante.  Como se estivesse em casa. Como agora mudei de endereço. Mas não de lar.

Vambora?

Eu vou.

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