Mauro Silva destaca trabalho na FPF e afirma: “temos um produto maltratado”

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2015 14h07
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Ana Cichon/Jovem Pan Tetracampeão Mauro Silva participa do Esporte em Discussão

Trabalhar para o avanço do futebol brasileiro: essa é a missão de um ex-volante, campeão do mundo com a Seleção Brasileira, agora como dirigente. Convidado especial do Esporte em Discussão, da rádio Jovem Pan, nesta terça-feira (15), Mauro Silva comentou seu trabalho como Vice-Presidente de Integração com Atletas, da Federação Paulista de Futebol, e destacou as novidades do Paulistão 2016, sempre em debate com os clubes para entender as necessidades de presidentes, comissões técnicas e jogadores.

“Nosso trabalho é ir aos clubes, nos aproximar das comissões, dos jogadores, ver onde a Federação pode ajudar”, destacou Mauro Silva. “O que estamos tentando fazer é nos aproximar, fortalecer as categorias de base, tentar recuperar clubes do interior. Quando esses clubes voltar a revelar, o futebol brasileiro volta a ser forte”, completou o ex-volante que ainda citou algumas das mudanças propostas pela FPF para o Paulistão 2016

“Conversando com o Dorival em Santos, por exemplo, veio a reclamação de que no Mineirão não deixam os times aquecer no campo. A Federação colocou no regulamento, então, para os jogadores possam aquecer no campo, a não ser que não queiram”, disse.

“Outra mudança é a questão do técnico, que é uma sugestão do Paulo Nobre: a partir de agora o contrato do técnico é registrado na Federação, pra manda embora precisa comprovar a rescisão na federação e o técnico não pode trabalhar em outro clube. Isso pra tentar acabar com essa dança das cadeiras”, explicou.

Tetracampeão mundial com a Seleção em 1994 e ídolo do La Coruña, da Espanha, Mauro destacou que viu em seu cargo uma possibilidade de colaborar para mudanças significativas no futebol brasileiro.

“Nós que jogamos podemos aproveitar o momento para construir um futebol melhor. Ter essa oportunidade de trabalhar para melhorar o futebol é uma satisfação muito grande”, explicou o ex-meio-campista.

“Me animou possibilidade de trabalhar num lugar em que é possível mudar a estrutura do futebol. O futebol me deu tudo e deu tudo aos meus filhos. Temos um produto tão maltratado”, completou Mauro Silva que valorizou o aprendizado fora de campo para assumir a posição de dirigente.

“Eu vejo jogadores com Juninho (Paulista, dirigente do Ituano), ajudando, contribuindo para o futebol. O jogador tem uma experiência que é muito útil. Une-se isso com experiência acadêmica e teórica, ajuda muito. Temos que tentar nos preparar todos os dias. Na Federação, estamos visitando os clubes, conversando, debatendo com quem está no meio, porque se eu ficar sentado numa cadeira, não posso fazer nada”, afirmou.

Ronaldo na CBF

Nos últimos dias, o ex-atacante Ronaldo, companheiro de Mauro Silva na Seleção, manifestou o interesse em presidir a CBF um dia. Há quatro meses na FPF, Mauro destacou as dificuldades de trabalhar numa entidade ligada ao futebol e afirmou não ver Ronaldo preparado para assumir o comando da Confederação.

“(Ronaldo) Não tem condições. Posso falar pro mim: joguei futebol por 20 anos, depois fiz cursos de gestão, finanças. Aí cheguei à federação e é tudo diferente do que vi. Há muitas especificidades. É preciso de tempo para aprender. Discutir com ‘achismo’ não dá. É preciso um processo acadêmico e depois prático. É difícil. Ele tem que conhecer. É preciso uma vivência, as coisas não são simples. Não é fácil sentar numa cadeira, tomar decisões sem conhecer. Uma coisa é o campo, só a boa intenção de falar ‘vou mexer aqui e vou melhorar’, não é suficiente”, comentou.

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