“Mausoléu de Blatter”, museu da Fifa de R$ 500 milhões é inaugurado

  • Por Agência Estado
  • 24/02/2016 11h33
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EFE Capitão do penta

Desenhado para servir de demonstração do apogeu da Era Blatter, o Museu da Fifa abriu as portas para a imprensa nesta quarta-feira, em Zurique (Suíça), quatro dias antes da inauguração oficial para o público geral. Custou US$ 140 milhões (R$ 564 milhões na cotação atual), valor superior ao gasto em alguns dos estádios brasileiros e supera a promessa de fundos que a Fifa fez ao Brasil como legado da Copa do Mundo de 2014, avaliado em US$ 100 milhões. 

Em seus andares repletos de espelhos e imagens, muitos artigos históricos do futebol, mesclados com imagens de Joseph Blatter e João Havelange. Mas nenhum sinal de qualquer escândalo, intervenção policial e nem mesmo de reuniões como a que escolheu o Catar para sediar a Copa de 2022.

O museu, que levou dois anos para ser construído, era o projeto de Joseph Blatter para concluir seus anos no comando da Fifa. Hoje, é ironizado até por funcionários da entidade como sendo seu projeto de “mausoléu”. Quando o suíço anunciou sua saída, em junho, as obras foram aceleradas para que Blatter pudesse inaugurar o local ao final de fevereiro, antes das eleições. Mas, diante de um escândalo de corrupção, o dirigente foi suspenso por oito anos do futebol.

O local será aberto ao público no dia 28 de fevereiro, dois dias depois das eleições na Fifa. O prédio, segundo a Fifa, foi inteiramente construído e renovado pela entidade, com custos de US$ 140 milhões (R$ 564 milhões). Mas o local pertence à empresa Swiss Life, que aluga o edifício para a Fifa até 2055.

Dentro, imagens de jogadores e peças antigas se confundem com fotos e feitos de Joseph Blatter e João Havelange. Num dos filmes sobre a história das finais de Mundiais, os cartolas ganham destaque, ao lado de líderes mundiais. Nenhuma referência ao FBI ou à prisão de muitos deles. 

História

O local ainda conta com peças raras, como a base original da taça Jules Rimet encontrada em um arquivo esquecido da Fifa ou uma touca do Corinthians britânico. 

Ao comentar sobre os preparativos do local, o diretor do museu, Stefan Jost, mais parece falar de um estádio. “Vamos conduzir testes com o museu tendo uma capacidade máxima para avaliar se tudo funciona”, disse ao site da Fifa.

A entrada custará cerca de US$ 20 (R$ 80). Mas a Fifa promete uma exibição em três andares, mais de mil objetos da história do futebol em um espaço de 3 mil metros quadrados. Eventos interativos estão sendo planejados, assim como mais de 60 telões Um dos pontos centrais do museu, porém, será a réplica da taça mais cobiçada do mundo.

O local ainda terá espaço para eventos, seminários e uma biblioteca com mais de 4 mil livros sobre o futebol. Um bar também será aberto ao público. Já Blatter, mesmo fora do futebol, não vai desaparecer. Sua imagem faz parte de um dos painéis da exposição, na condição de último presidente da entidade antes da eleição de um novo dirigente.

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